A expectativa de crescimento da economia em 2019 passou de 0,88% para 0,91%, conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 28, pelo Banco Central (BC). Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,87%.
Para 2020, o mercado financeiro manteve a previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), em 2,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.
No fim de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB do segundo trimestre de 2019 subiu 0,4% em relação ao primeiro trimestre.
Em setembro, o BC atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 0 80% para elevação de 0,90%.
Inflação
Para a inflação, a projeção no Focus foi elevada pela primeira vez após 11 semanas de quedas, a 3,29%, de 3,26% antes. A estimativa para a alta do IPCA em 2020, por outro lado, caiu 0,06 ponto percentual, a 3,60%.
O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25 por cento e, de 2020, de 4 por cento, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para 2020, a estimativa de inflação caiu de 3,66% para 3,60%, na quinta redução seguida. A previsão para os anos seguintes não teve alterações: 3,75% em 2021, e 3,50% em 2022.
Produção Industrial e dívida/PIB
No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2019 foi de baixa de 0,65% para queda de 0,73%. Há um mês, estava em declínio de 0,54%. No caso de 2020, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 2,29% para 2,10%, ante 2,10% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2019 foi de 56,10% para 56,30%. Há um mês, estava em 56 30%. Para 2020, a expectativa seguiu em 58,00%, ante 58,15% de um mês atrás.
Resultado primário
O Focus também trouxe manutenção na projeção para o resultado primário do governo em 2019. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano foi de 1,39% para 1,34%. No caso de 2020, seguiu em 1,05%. Há um mês, os porcentuais estavam em 1,40% e 1 13%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2019 seguiu em 6,30% conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2020, passou de 5,65% para 5,80%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 6,40% e 5,90%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Balança comercial
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2019 na pesquisa Focus, de superávit comercial de US$ 48,85 bilhões para US$ 47,50 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 51,71 bilhões. Para 2020, a estimativa de superávit passou de US$ 45,00 bilhões para US$ 43 00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 48,20 bilhões.
Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2019 ficará em US$ 43,0 bilhões. Esta projeção foi atualizada no RTI de setembro.
No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2019 foi de déficit de US$ 31,30 bilhões para US$ 33,16 bilhões, ante US$ 26,00 bilhões de um mês antes. Para 2020, a projeção de rombo foi de US$ 37,00 bilhões para US$ 38,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 33,00 bilhões.
O BC projeta déficit em conta de US$ 36,3 bilhões em 2019.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário nos próximos anos. A mediana das previsões para o IDP em 2019 foi de US$ 80,00 bilhões para US$ 80,35 bilhões. Há um mês, estava em US$ 83,40 bilhões. Para 2020, a expectativa seguiu em US$ 80,00 bilhões, ante US$ 83,20 bilhões de um mês antes.
O BC projeta IDP de US$ 75,0 bilhões em 2019.
Fonte: Exame