Nove em cada dez clientes consideram os serviços prestados pelas fintechs, as startups de serviços financeiros, iguais ou melhores que os de bancos tradicionais.
Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), do SPC Brasil e do Sebrae, 47% consideram os serviços melhores e 40%, iguais. Somente 3% julgam que o desempenho das fintechs é pior.
Os principais motivos para contratar serviços de uma fintech são a praticidade de poder resolver tudo pelo celular (41%), menos burocracia para contratar serviços (35%), comodidade (33%) e isenção do pagamento de taxas ou tarifas (32%).
Por outro lado, as desvantagens mais citadas são o risco de ter a conta invadida com a perda ou roubo do celular (40%), a falta de atendimento pessoal quando necessário (29%), a inexistência de agências ou lojas físicas (25%), a instabilidade do site ou aplicativo por depender de internet (25%) e o medo de sofrer algum crime virtual (25%).
Essas empresas comandam uma grande transformação no setor de serviços financeiros. Elas chegaram com o propósito de tornar mais acessível, rápido, fácil e intuitivo o modo como as pessoas utilizam contas bancárias, cartão de crédito, empréstimos e investimentos, entre outros serviços.
O presidente da CNDL, José César da Costa, destaca que as fintechs atendem a uma parcela da população que estava insatisfeita com os serviços oferecidos pelas instituições financeiras tradicionais.
“Diante das altas taxas e tarifas praticadas pelos bancos e financeiras tradicionais, além da insatisfação dos clientes com a qualidade dos serviços prestados por essas instituições, as fintechs oferecem alternativas com clareza e transparência nas tarifas cobradas, preços mais competitivos e, acima de tudo, ferramentas acessíveis e eficientes para gerir seus recursos de maneira descomplicada”, diz.
Conta e cartão são os serviços mais utilizados
De acordo com a pesquisa, 64% dos brasileiros residentes nas capitais são ou foram clientes de ao menos uma fintechs nos últimos 12 meses.
As regiões que mais concentram os clientes de fintechs são as Sudeste (41%) e Nordeste (27%), seguidas pelas regiões Sul (14%), Norte (10%) e Centro-Oeste (8%).
Os serviços mais utilizados nesse período foram conta (45%), cartão de crédito (40%) e transações financeiras por meio de criptomoedas (20%).
Na sequência, estão empatados serviços de corretoras de valores ou investimentos (19%), aplicativos de gestão financeira pessoal (19%), empréstimo pessoal (19%) e seguro (19%).
8 em cada 10 pertencem às classes C, D ou E
As regiões que mais concentram os clientes de fintechs são as Sudeste (41%) e Nordeste (27%), seguidas pelas regiões Sul (14%), Norte (10%) e Centro-Oeste (8%). Oito em cada dez entrevistados pertencem à classe C, D ou E (77%), enquanto 23% são das classes A e B.
Para o presidente da CNDL, a predominância de clientes das classes C, D e E está relacionada à quantidade de desbancarizados no país.
Segundo o Relatório de Cidadania Financeira do Banco Central, 86,5% da população adulta do país possui relacionamento bancário 13,5% não possui.
"Isso significa que milhões de pessoas ainda vivem à margem de muitos dos serviços financeiros, sem poder sacar ou transferir dinheiro, sem condições de investir ou poupar, por exemplo. As fintechs, ao desburocratizar e facilitar o acesso a esses e outros itens, chamam a atenção dessa população, pelos custos mais acessíveis”, destaca.
Apesar das facilidades, 63% tentaram contratar algum serviço financeiro nas plataformas digitais nos últimos 12 meses e não conseguiram, sobretudo cartão de crédito (38%), conta (20%) e empréstimo e/ou financiamento em empresas (17%).
Os principais motivos foram nome sujo (37%), renda inferior ao mínimo necessário (28%) e não ter conseguido comprovação da renda (23%).
Fonte: Valor Investe