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XP sai avaliada em US$ 14,9 bilhões em IPO

Quarta, 11 Dezembro 2019

Ao fechar o preço de venda de sua ação classe A por US$ 27, acima do teto do intervalo sugerido no prospecto da oferta inicial, que ia de US$ 22 a US$ 25, a XP Inc. vai abrir capital na Nasdaq com valor de mercado de US$ 14,89 bilhões, ou R$ 61,8 bilhões pela cotação de hoje do dólar. A informação sobre o preço foi divulgada por uma fonte ao Valor PRO.

O avaliação implica um múltiplo de mais de 70 vezes o lucro líquido dos últimos 12 meses, ou de mais de 30 vezes o lucro de R$ 2 bilhões previsto por alguns analistas para 2020, considerando que ela mantenha seu ritmo acelerado de crescimento.

Diante da elevada demanda pelos papéis, conforme reportado nesta manhã, a corretora vai captar US$ 1,15 bilhão com a venda de novas ações (parcela primária da oferta). Na parcela secundária, os acionistas vendedores — grupo que inclui executivos da XP, Dynamo e General Atlantic — conseguiram levantar US$ 808,8 milhões. A se confirmar o provável exercício do lote suplementar (que também é composto por ações dos vendedores) pelos bancos coordenadores, de US$ 293,6 milhões, o valor total da oferta atingirá US$ 2,25 bilhões.

Como a oferta foi realizada na Nasdaq, os investidores de varejo não puderam participar diretamente. A gestora Vitreo informou que até hoje captou R$ 230 milhões em dois fundos que lançou com o propósito específico de comprar ações da XP, de preferência no IPO, mas ainda não existe informação sobre o sucesso da tentativa. Em caso de não alocação ou de alocação apenas parcial, decisão que coube aos bancos coordenadores da oferta, a diferença dos recursos deve ser usada para compra de ações da XP na abertura do pregão de amanhã.

Com uma pequena diluição por conta do aumento de capital, mas sem vender nenhuma ação na oferta, o Itaú ficará com 46% do capital da XP Inc., sendo o maior acionista da companhia. Porém, pela existência de ações classe B, com voto multiplicado por dez, a holding XP Controle, conformada por executivos que comandam a corretora, terá quase 55% do poder de voto na companhia.

Em maio de 2017, o Itaú desembolsou R$ 6 bilhões para ter metade do capital da XP. Com a oferta saindo pelo teto do intervalo, a participação detida pelo banco está avaliada agora em R$ 28,46 bilhões, considerando o câmbio de hoje.

Da parcela secundária da oferta, já considerando a possível venda do lote extra, a XP Controle vendeu US$ 693 milhões, a General Atlantic se desfez de US$ 354 milhões e a Dynamo, de US$ 54 milhões.

A XP tinha em setembro 1,5 milhão de clientes ativos, com R$ 350 bilhões em ativos sob custódia. A receita líquida com o negócio de varejo somou R$ 3,18 bilhões em 12 meses até setembro, ante R$ 2,35 bilhões registrados no ano fechado de 2018.

O consórcio de bancos que participa da oferta é grande. Goldman Sachs, J.P. Morgan, Morgan Stanley, XP Investments e Itaú BBA aparecem como coordenadores globais. BofA Securities, Citi, Credit Suisse e UBS também integram o grupo de distribuição da oferta.

 

Fonte: Valor Investe