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Alta do dólar e otimismo com China e EUA são pontos de atenção para o investidor

Quarta, 27 Novembro 2019

Fique de olho

Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter declarado que o dólar mais alto é uma consequência do novo regime fiscal do país (que agora vive um período de juros mais baixos) e que, portanto, os investidores devem se acostumar, a moeda norte-americana encerrou o dia na casa dos R$ 4,23. Ao longo do pregão, a divisa atingiu a cotação de R$ 4,27 e já podia ser encontrada a R$ 4,70 em casas de câmbio. Nem a realização de dois leilões à vista de dólares feito pelo Banco Central foi suficiente para conter a alta da moeda.

Mesmo com a promessa do presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, de que "se o BC entender de novo que há um movimento disfuncional, voltará a fazer intervenções", não há otimismo por parte dos investidores. O presidente do BC ainda ponderou que "as intervenções não têm capacidade de alterar movimentos de longo prazo, que tem como origem bases macroeconômicas". O assunto, portanto, é um dos principais pontos de atenção para os investidores nesta quarta-feira.

A instabilidade do dólar se refletiu, inclusive, no Ibovespa que apesar de ter aliviado as perdas nas últimas horas do pregão, encerrou o dia em queda de 1,26%.

Outro assunto que segue no radar são as tensões do acordo comercial que deve ser firmado entre Estados Unidos e China. Na véspera do feriado de Ação de Graças, que fecha os mercados americanos amanhã, os investidores estão otimistas em relação à solução do embate.

Ontem, o presidente Donald Trump afirmou que os EUA estão no "ponto final" das negociações em direção a um acordo comercial de fase 1 com a China e reforçou que tem um "relacionamento muito bom com o presidente chinês Xi Jining".

Anteontem, o Ministério do Comércio da China disse que os dois lados "chegaram a um consenso para resolver questões relevantes" e "mantêm a comunicação aberta sobre os demais assuntos na fase 1 das negociações comerciais".

Agenda

Com a alta do dólar o câmbio segue no radar dos investidores, por isso uma das principais divulgações do dia é a do fluxo cambial (volume de divisas em dólares que entram ou saem do país) da semana, que será feita pelo Banco Central às 12h30. Do dia 11 a 14 de novembro houve saída de US$ 1,419 bilhão.

Outra divulgação importante feita pelo BC será as 9h30, quando a autoridade monetária divulga a Nota a Imprensa de Política Monetária e Operações de Crédito de outubro. Em setembro, o crédito ampliado foi de R$ 10 trilhões. O crédito ampliado para empresas e famílias foi de R$ 5,6 trilhões, uma alta de 8,3% em relação a setembro do ano passado.

Por aqui, o O Congresso também se reúne às 10h para votar 11 vetos presidenciais e projetos de crédito orçamentário. E o Plenário da Câmara dos Deputados se reúne às 14h e vota, entre outros itens, o projeto de lei 6229/205, que trata da recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária para submeter todos os créditos tributários à recuperação judicial.

A Comissão de Viação e Transportes da Câmara faz audiência pública às 9h30 sobre a renovação da concessão da Rodovia Presidente Dutra.

Na agenda das autoridades monetárias, o ministro da Economia, Paulo Guedes participa, do Rio de Janeiro, da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), às 15h. Às 15h30, terá audiência com o diretor-presidente do Sebrae, Carlos Melles. Às 16h30, recebe, em audiência, o CEO da Total Eren no Brasil, Pierre Emmanuel Moussafir.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terá às 10h, reunião com Fernando Veloso, assessor do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), para tratar de assuntos legislativos. Às 11h, recebe representantes do European Climate Foundation em visita de cortesia. Às 15h, participa de reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Às 15h30, tem reunião para tratar de assuntos institucionais com: o senador Jayme Campos (DEM-MT) e Carlos Fávaro, diretor-geral do escritório de representação do governo de Mato Grosso.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, estará em São Paulo. Às 9h, terá reunião com representantes da Associação Nacional Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir). Às 10h, reúne-se com executivos da Mitsui & Co. Às 11h, terá reunião com Marcelo Serfaty, da G5 Partners. Às 12h, terá reunião com CPPIB South America Consultoria em Investimento Ltda. Às 12h40, terá reunião com Dan Ioschpe, presidente do Conselho de Administração da Ioschpe-Maxion. Às 14h, reúne-se com Cândido Bracher, presidente do Itaú Unibanco Holding, e Roderick Sinclair, chefe global de Investment Banking do Itaú Unibanco.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-amricano) publica às 16h o chamado "Livro Bege", que é um sumário das condições econômicas atuais do país. Às 10h30, os americanos também divulgam sua estimativa para o PIB do 3º trimestre.

No Japão, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria informa, às 20h50, o dado de vendas no varejo de outubro. A leitura anterior foi de alta de 9,2%, na base anual.

Mercados internacionais

A perspectiva de conclusão pelo menos da primeira etapa do acordo comercial entre China e Estados Unidos fizeram com que as bolsas americanas e europeias fechassem em alta.

Na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o Dow Jones encerrou a sessão em alta de 0,20%, a 28.121,68 pontos, enquanto o S&P 500 fechou com ganhos de 0,22%, aos 3.140,52 pontos. O índice eletrônico Nasdaq avançou 0,18%, aos 8.647,93 pontos. Com o ganho diário, os três índices ultrapassaram seus recordes de fechamento registrados na véspera.

As altas também foram vistas nos principais índices da Europa. O Stoxx Europe 600 (Europa) subiu 0,10%, aos 404 pontos. Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,09%, aos 7.403 pontos. Em Paris, o CAC-40 teve alta de 0,08%, aos 5.929 pontos. Só na Alemanha o índice o Dax teve uma leve queda de ,08%, aos 13.236 pontos.

Nos mercados asiáticos, maioria das bolsas fechou em alta.O índice Nikkei 225 do Japão fechou em alta de 0,28%, aos 23.437,77 pontos, enquanto o S&P ASX 200 da Austrália avançou 0,93%, a 6.850,70 pontos. Em Seul, O Kospi subiu 0,31% para 2.127,85 pontos, e em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou com ganho de 0,15%, a 26.9540,00.

Já na China continental, os índices Xangai composto e Shenzen recuaram 0,13% e 0,23%, respectivamente, para 2.903,13 e 1.602,00 pontos.

Empresas

BMG

O Banco BMG encerrou nesta terça o período das atividades de estabilização da oferta pública de ações preferenciais do banco. O BMG informou ainda que recebeu, em 1º de novembro, a homologação do Banco Central em relação a seu aumento de capital. Com isso, o BMG informa que as units entregues aos investidores na liquidação da oferta, representativos de uma ação preferencial e três recibos de subscrição cada, serão desmembrados com a entrega de quatro ações preferenciais por unit a partir do dia 29. As ações unitárias do BMG tiveram baixa de 10,47% nesta terça, e fecharam negociadas a R$ 32,68 cada.

Magazine Luiza

O Magazine Luiza assinou uma parceria para integrar o sistema de omnichannel — combinação do varejo tradicional com o varejo on-line — da Linx no seu marketplace (shopping virtual), incluindo a Netshoes, segundo informações de Marcelle Gutierrez, do Valor Econômico. Com a parceria, os usuários do sistema Linx OMNI OMS poderão “facilmente publicar seu catálogo de produtos on-line e off-line no nosso marketplace e acelerar suas vendas”, comentou o Magazine Luiza. Agora, quando um cliente fizer uma compra na plataforma do Magazine Luiza poderá optar por retirar na loja física daquele parceiro ou recebê-lo em casa, com a possibilidade de postagem a partir da loja, acelerando prazos de entrega e reduzindo custos de frete.

Cyrela

A Cyrela Commercial Properties informou, em Fato Relevante, que firmou compromisso para aquisição, em conjunto com a CPP Cajamar, da totalidade das cotas de emissão do Fundo de Investimento Imobiliário JK D e do Fundo de Investimento Imobiliário JK E, titulares, respectivamente, do usufruto da Unidade Autônoma 5º ao 22º Pavimentos D e Unidade Autônoma Bloco "E" do Condomínio WTorre JK, na cidade de São Paulo, e da totalidade de ações de emissão das respectivas sociedades titulares da propriedade desses imóveis. A operação representará a aquisição de 35.152,52 m² de área, pelo preço de R$ 1,050 bilhão, na proporção de 30% pela companhia e 70% pela CPP Cajamar. A companhia poderá utilizar-se de capital próprio ou decorrente de financiamento como forma de realizar o pagamento do preço.

 

Fonte: Valor Investe