O volume total de dinheiro investido em produtos financeiros por pessoas físicas no Brasil cresceu 8,4% entre dezembro de 2018 e setembro de 2019, de acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (18) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Com isso, já são 3,1 trilhões de reais aplicados em produtos como títulos públicos, ações, CDBs, fundos de investimentos, poupança e outros.
O crescimento, entretanto, é desigual entre as diferentes faixas de renda: foi puxado pelos segmentos de renda mais alta, enquanto no varejo, que engloba os clientes de renda média e baixa, houve queda.
De acordo com a Anbima, o segmento private, onde estão os clientes mais ricos, em geral com mais de 3 milhões de reais aplicados, ampliou seus investimentos em 13,3% ao longo de 2019 até setembro.
No varejo de alta renda, que concentra os clientes de serviços como Personnalité (do Itaú), Select (do Santander) ou Estilo (do Banco do Brasil), o crescimento do volume total aplicado foi de 14,3%. Não há um recorte oficial para a divisão e isso fica a cargo de cada banco, mas, em geral, são os clientes que têm renda mensal superior a 10 mil reais ou 100 mil reais em investimentos.
No varejo geral, onde ficam os clientes com renda mensal de até 4 mil ou 5 mil reais, houve uma queda de 2,6% no valor total investido.
De acordo com a Anbima, parte da queda nos valores do varejo geral se deu pelo reenquadramento de clientes feito por muitos dos bancos, o que resultou na migração de investidores do varejo tradicional para o varejo de alta renda.
Private tem maior fatia dos investimentos
Dos 3,1 trilhões de reais totais investidos, quase 40% está na mão dos clientes private. Este segmento chegou a 1,22 trilhões reais em investimentos em setembro, ou 38,8% do bolo total, embora tenha apenas 0,24% das contas do país.
Em setembro, havia 79,6 milhões de contas abertas em instituições financeiras no país, de acordo com os números da Anbima (uma pessoa pode ter mais de uma conta). Destas, 187,2 mil estavam registradas como private.
O varejo de alta renda tinha 7,02 milhões de contas cadastradas, ou 8,8% do total de contas, e 997,6 milhões de reais investidos, ou 31,6% das aplicações totais.
O varejo geral tinha 90,9% das contas (72,3 milhões de contas cadastrados) e 993,4 milhões de reais investidos (29,6% das aplicações totais).
Fonte: Exame