Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,4% no 1º trimestre, na 5ª alta seguida na comparação com os três meses anteriores, divulgou nesta quarta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB em 2017 foi de R$ 1,6 trilhão.
Entre os setores da economia, a agropecuária cresceu 1,4%, enquanto indústria e serviços mostraram variação positiva de 0,1%.
Apesar da retomada ainda frágil, os resultados vieram até melhores do que o esperado por parte do mercado. A expectativa é que a indústria e os serviços poderiam vir negativos.
Do lado da demanda, o consumo das famílias manteve a trajetória de recuperação com alta de 0,5%, acima do esperado pelas projeções, e os investimentos subiram 0,6%. Já o consumo do governo teve queda de 0,4%.
O IBGE revisou o PIB do 4º trimestre de 2017 de alta de 0,1% para 0,2%, o do 3º trimestre de 0,2% para 0,3% e o do 1º trimestre de 1,3% para 1,1%.
Perda de fôlego
A expectativa do mercado era de uma alta entre 0,1% e 0,5%, após uma série de dados decepcionantes da atividade econômica nos primeiros meses do ano, apontando para uma recuperação mais lenta que o esperado, em meio ao elevado desemprego e aumento da incerteza política, que têm afetando a confiança e o consumo.
A perda de fôlego da economia fica mais clara na base de comparação anual. Em relação ao 1º trimestre de 2017, o PIB cresceu 1,2%, mostrando uma desaceleração em relação aos trimestres anteriores. A variação trimestre frente ao mesmo trimestre no ano enterior foi de 0, 0,4%, 1,4% e 2,1%, do primeiro para o quarto trimestre, respectivamente.
Para o economista Miguel Daoud, o resultado veio "dentro do esperado". Segundo ele, o resultado do 1º trimestre "mostrou que, mais uma vez, o agronegócio, apesar de ter uma participação menor que a dos serviços no PIB, ajudou". O economista aponta ainda que "o consumo das famílias" também ajudou a puxar o crescimento, pois, apesar do avanço menor, "tem um peso significativo".
Análise por setores
A agropecuária foi mais uma vez o destaque, com alta de 1,4%. O avanço, entretanto, ficou bem abaixo do registrado no 1º trimestre do ano passado, quando o setor avançou 11,6%, impulsionado pela supresafra.
A indústria perdeu dinamismo no 1º trimestre, com uma alta de 0,1% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, ante um avanço de 0,7% no 4º trimestre. Entre os segmentos, a construção civil teve queda de 0,6% e a indústria da transformação retração de 0,4%. Esse recuo foi compensado pela expansão de 2,1% na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana e pelo crescimento de 0,6% na Extrativa mineral (petróleo e mineração).
Nos serviços, o comércio também desacelerou, registrando alta de 0,2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, ante avanço de 0,3% no 4º trimestre. As atividades de transporte, armazenagem e correio cresceram 0,7% e as atividades imobiliárias tiveram alta de 0,5%. Já os serviços de informação e (-1,2%) e a intermediação financeira recuaram 1,2% e 0,1%, respectivamente.
A taxa de investimento ficou em 16% do PIB no 1º trimestre, acima do observado no mesmo período de 2017 (15,5%). Já a taxa de poupança passou de 15,8% para 16,3% na comparação anual.
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2017, o PIB teve uma alta de 1%, após dois anos consecutivos de retração.Projeções revisadas para baixo
As projeções para o PIB, que no início de 2018 apontavam para alta até acima de 3% passaram a ser revisadas seguidamente para baixo, e agora estão ao redor de 2%.
Na semana passada, o próprio governo reduziu de 2,97% para 2,5% a previsão de crescimento da economia brasileira em 2018. Já a média dos analistas do mercado financeiro baixaram a previsão de alta do PIB para o ano de 2,50% para 2,37%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.
Fonte: G1