Pressionados pela concorrência das fintechs e de pagamentos digitais, os bancos poderão perder até 15% de sua receita de pagamentos globalmente até 2025. O montante equivale a 280 bilhões de dólares, apontou um levantamento feito pela Accenture sobre o futuro do setor bancário.
Segundo o estudo, a receita global com pagamentos tem potencial para crescer 5,5% por ano, de US$ 1,5 trilhão em 2019 para mais de US$ 2 trilhões até 2025, à medida que as transações fiquem mais instantâneas e menos custosas.
O relatório, baseado em um modelo de análise de risco de receita da Accenture, consultou 240 executivos de pagamentos em bancos de 22 países.
Pressão sobre receitas e taxas
De acordo com o estudo, nos próximos seis anos, os bancos terão pela frente uma pressão adicional sobre as receitas de transações e taxas de cartões. A pesquisa aponta que métodos livres de impostos colocarão em risco 8% da receita de pagamentos.
“Além disso, a concorrência de instituições não bancárias em pagamentos invisíveis – por meio dos quais os pagamentos são concluídos em uma ‘carteira virtual’ em um aplicativo ou dispositivo móvel – colocará em risco 3,9% das receitas bancárias”, aponta o relatório.
Pagamento instantâneo
A substituição do cartão por pagamentos instantâneos, em que os fundos são liquidados e transferidos em tempo real e os bancos oferecem pouco ou nenhum juro, é projetado para colocar um risco adicional de 2,7% das receitas de pagamentos.
Este cenário tem base nas recentes quedas em receitas de transações e taxas de cartões. De acordo com o estudo, a regulamentação vem comprimindo as taxas e a tecnologia, substituindo os bancos nas novas formas de pagamentos.
Entre 2015 e 2018, a receita das transações de cartão de crédito de clientes corporativos caiu 33%, segundo a Accenture; a receita de transações com cartão de débito de pessoa física caiu quase 15% e a receita de cartões de crédito, quase 12%.
Mais de dois terços (71%) dos entrevistados pela pesquisa concordam que os pagamentos estão se tornando gratuitos. Enquanto isso, quase três quartos (73%) acreditam que a maioria dos pagamentos já é invisível ou assim será nos próximos 12 meses. Uma parcela maior, de 78%, disse que os pagamentos já são ou se tornarão instantâneos daqui um ano.
Fonte: Exame