A proporção de pessoas que compram um imóvel para investir atingiu o seu menor nível no segundo trimestre de 2019 desde pelo menos 2014. É o que indica o Raio-x FipeZap, pesquisa trimestral sobre o comportamento dos compradores de imóveis feito pelo Grupo Zap e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Entre aqueles que compraram uma casa ou apartamento nos últimos 12 meses, 67% afirmaram que adquiriram o bem para moradia, enquanto apenas 33% disseram ter feito a aquisição com a intenção de investir, seja para alugar ou para revender mais à frente.
É a menor taxa desde o segundo trimestre de 2014, quando o levantamento começou a ser feito e 40% dos compradores diziam ter a intenção de usar o imóvel como investimento. A maior proporção de investidores foi alcançada no terceiro trimestre daquele ano, com 48% das compras feitas por investidores e 52% para moradia própria.
Dentre os que fizeram a compra para investir, prevalece a intenção de ter renda por meio do aluguel, com 59% das respostas, enquanto, para os outros 45%, o plano principal é esperar o bem se valorizar para revender.
A pesquisa é feita por meio de questionário com internautas do portal de busca de imóveis Zap. Foram entrevistados 1.984 usuários entre 12 e 29 de julho, entre pessoas que já possuem imóvel e aquelas que estão buscando.
Intenção de compra é a menor em 5 anos
O levantamento mostra que a intenção de comprar um imóvel também segue em trajetória de queda. Dos participantes da pesquisa, 26% disseram que planejam adquirir um imóvel nos próximos três meses. É uma queda na comparação com o primeiro trimestre do ano (29%) e também a menor proporção desde o segundo trimestre de 2014 (34%), quando a pesquisa começou a ser feita.
O pico foi atingido no terceiro trimestre de 2014, quando 43% dos entrevistados informavam ter o plano de comprar um imóvel nos meses seguintes.
Preços mais em conta
A maior parte das pessoas ainda considera que os preços para comprar uma casa, hoje, estão muito altos, mas essa percepção vem caindo acentuadamente desde 2014.
Naquele ano, 88% das pessoas que tinham planos de comprar um imóvel achavam que os valores do mercado estavam altos ou muito altos. No levantamento mais recente, essa proporção caiu para 56%.
Para 27% daqueles que estão procurando uma casa, os preços atuais estão razoáveis (ante 8% em 2014) e 14%, hoje, dizem que os imóveis estão baratos. Em 2014, essa foi a resposta de apenas 2%. Outros 3% não responderam.
Fonte: Exame