O Grupo XP lançou uma nova empresa, a Leadr, uma rede social de investimentos destinada a qualquer público — inclusive não clientes da XP. Segundo a startup, a missão da Leadr é democratizar o acesso ao conteúdo e educação financeira e estimular a cultura de investimento no Brasil ao reunir, em um único ambiente, todos os players do mercado: produtores de conteúdo, profissionais de destaque, investidores do mercado financeiro e iniciantes, que queiram buscar ideias, dicas e insumos sobre como investir.
O app já está disponível para iPhone e Android e o cadastro é gratuito. “Nosso objetivo é construir uma rede social que seja referência e top of mind para todas as pessoas que buscam informação qualificada sobre investimentos e mercado financeiro”, disse Murilo Gomes, CEO da Leadr.
A interface da rede social é amigável — você pode compartilhar o conteúdo padrão de redes sociais, como links e fotos, e também criar moneytags ($) — que funcionam como as hasgtags do Twitter e do Facebook, por exemplo, mas com o símbolo do cifrão em vez de #. A ideia é que as moneytags agrupem conteúdos de uma mesma empresa ou ação, por exemplo $Petrobras e $PETR4.
A partir dessa funcionalidade, o usuário compartilha cotações de ações, moedas estrangeiras, commodities e criptomoedas, que são salvas para que os demais usuários possam ver os preços na hora da publicação frente o preço do momento. A rede sugere ainda perfis para você seguir, de acordo com três categorias: o Leadrboard, com os mais curtidos; os Destaques, escolhidos pelos editores e com novos membros; e aqueles relacionados aos temas de interesse definidos por cada usuário.
No topo do feed, você encontra distintos recortes temáticos: painéis que reúnem as publicações mais curtidas nas últimas 24 horas sobre ações, criptomoedas, commodities, moedas, política, internacional e renda fixa. Esses conteúdos são mostrados para toda a rede, dando grande destaque ao usuário que os criaram. Logo abaixo, o conteúdo de quem o usuário segue é apresentado no feed de notícias conforme publicações.
“Nosso objetivo é atrair novas pessoas para o mercado e ajuda-las a investir melhor”, afirmou Gomes. Segundo o CEO, apesar de pertencer ao grupo XP, a gestão da startup é separada, e o seu conteúdo também. Você pode, por exemplo, postar conteúdos sobre outras corretoras que operam no mercado e, inclusive, outras corretoras podem ter perfis na rede social para compartilhar dados educacionais sobre investimentos. Só não é liberado fazer propagandas.
Os usuários também poderão reportar quando o conteúdo for falso ou boato, assim a Leadr poderá checar a denúncia e tomar providências, excluindo o post ou até banindo o usuário. A relevância do conteúdo é importante porque quanto mais as pessoas gostarem do seu post, maior será a sua visibilidade dentro da plataforma — posts bem avaliados podem ser colocados em destaque para toda a comunidade.
Há também agregadores de conteúdo sobre temas do mercado financeiro. Por meio desse sistema, que usa inteligência artificial para mapear e sugerir outras fontes de conteúdo externo, é feita uma curadoria e compartilhado os melhores dentro de cada tema para você.
Desde 9 de abril, quando foi ao ar, o app da Leadr já foi baixado por mais de 60 mil pessoas, com 46 mil usuários ativos. A expectativa da empresa é chegar aos 300 mil usuários no primeiro trimestre do lançamento. Já há uma integração com o Twitter, ou seja, comentários postados no Twitter também podem ser replicados na Leadr. A startup deve liberar em breve a integração com outras redes sociais, inclusive de dentro para fora — posts feitos na Leadr sendo replicados no Facebook ou Twitter, por exemplo.
O grupo XP não divulga quanto foi investido para criar a Leadr e, segundo Gomes, o objetivo da startup, por ora, não é ganhar dinheiro. “Queremos que os usuários vejam a rede social como uma fonte onde vão encontrar bom conteúdo sobre aplicações, trocar experiências, receber alertas de operações, aprender a investir com quem já tem mais experiência nisso. Nosso foco, agora, não é lucro.” O CEO não descarta, porém, que o app tenha uma versão premium paga no futuro, no estilo Spotify. “Mas isso só quando a plataforma estiver bastante desenvolvida e robusta.”
Ao todo, a equipe da Leadr é formada por 10 pessoas — outras 3 devem ser contratadas em breve. Além do CEO, são desenvolvedores e especialistas em marketing e design de produtos. “O brasileiro tem um gosto muito forte por redes sociais, a exemplo da nossa predominância em canais como o Facebook ou Instagram, por isso há espaço para uma nova rede social sobre investimentos”, completou Gomes.
Como não há limite de tamanho de postagem, você poderá encontrar análises robustas sobre empresas, ações e outros investimentos dentro da Leadr. Mas é preciso se atentar ao conteúdo — assim como monitora outras redes sociais, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), xerife do mercado de capitais brasileiro, pode estar de olho nas postagens dentro da Leadr. Apenas analistas certificados podem dar recomendações de produtos, por exemplo.
Segundo Gomes, o Leadr foi inspirado em apps como o TradingView, mais voltado ao público especializado, mas com uma interface amigável e receptiva a quem quer aprender sobre o mercado. No Brasil, o aplicativo TradersClub, que está no mercado há dois anos, oferece os mesmos recursos que a Leadr e tem mais de 100 mil usurários cadastrados.
Fonte: Exame