​O Banco Central do Brasil (BCB) divulgou hoje o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) referente ao segundo semestre de 2018. O REF é uma publicação semestral destinada a apresentar o panorama da evolução recente e as perspectivas para a estabilidade financeira no Brasil.

Em um cenário de recuperação gradual da economia, de inflação e de taxa básica de juros historicamente baixas, o mercado de capitais desponta como importante fonte de financiamento para as empresas não financeiras. Bancos e fundos de investimento são os principais adquirentes das debêntures emitidas nesse mercado.

O sistema bancário aumentou o financiamento às empresas não financeiras tanto pela compra de títulos quanto pelo retomada do crédito livre. Assim, o crédito bancário às empresas interrompeu um período de dois anos e meio de taxas negativas de crescimento. O risco de crédito das Pequenas e Médias Empresas (PME) continua em declínio, porém ainda observa-se elevação no caso das grandes empresas.

A carteira de crédito às famílias apresentou o maior crescimento anual desde 2015, impulsionada pelo crédito ao consumo. Houve aumento em todas as modalidades de crédito às pessoas físicas. Não há indícios de elevação do risco de crédito incorrido pelas instituições financeiras pois os ativos problemáticos mantiveram-se estáveis ou em queda na maior parte das modalidades de crédito às famílias.

A rentabilidade do sistema bancário permanece em elevação. No entanto, com a perspectiva de estabilização das despesas de provisão e do custo de captação, a trajetória de aumento da rentabilidade tende a perder força.

O sistema bancário dispõe de capital robusto, em nível e em qualidade, plenamente aderente às regras de Basileia III e com capacidade para suportar o crescimento da demanda por crédito. Os resultados dos testes de estresse de capital seguem confirmando a resiliência do sistema bancário, que se mostra capaz de absorver as perdas estimadas em todos os cenários simulados.

Por fim, pesquisa realizada com instituições financeiras demonstra que o mercado permanece confiante na robustez e na capacidade de o sistema financeiro absorver choques, porém mantém elevada a preocupação com os riscos relacionados ao cenário internacional e à aprovação das medidas necessárias para o equilíbrio fiscal.

Fonte: Banco Central do Brasil