A atividade econômica brasileira registrou expansão em 2018 pela segunda vez seguida, mas a um ritmo ainda morno com perda de força no fim do ano que destaca a dificuldade de recuperação, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve expansão de 1,15 por cento no ano passado, em números observados, ante crescimento de 0,93 por cento em 2017.
Em dezembro, o índice avançou 0,21 por cento na comparação com o mês anterior, em dado dessazonalizado, desacelerando ante a taxa de 0,29 por cento em novembro. Esta é a segunda alta mensal consecutiva do índice, após uma série de dois meses de queda.
Assim, o IBC-Br terminou o quarto trimestre do ano com crescimento de 0,20 por cento sobre o terceiro trimestre, também em número dessazonalizado. A leitura mostrou que a economia perdeu força no final do ano depois de ter avançando 1,68 por cento no trimestre entre julho e setembro.
No segundo trimestre, o IBC-Br recuou 0,67 por cento sobre o período anterior, em um momento em que a economia sofreu as consequências da greve dos caminhoneiros que paralisou a atividade por vários dias em maio, depois de avançar 0,10 por cento nos três primeiros meses do ano.
“O IBC-Br confirmou o diagnóstico de desaceleração da atividade econômica no último trimestre do ano passado. Esses resultados, em conjunto com os demais indicadores já conhecidos, reforçam nossa expectativa de crescimento de 0,1 por cento do PIB no quarto trimestre de 2018”, apontou o banco Bradesco em relatório.
Os dados oficiais do PIB em 2018 serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 28 de fevereiro.
Economistas consultados pela pesquisa Focus do BC mostra que a projeção é de um crescimento do PIB de 1,25 por cento em 2018, acelerando a 2,50 por cento este ano, após expansão de 1,1 por cento em 2017, segundo os números do IBGE.
A leitura do IBC-Br ratifica o cenário de economia em ritmo moderado em um ano marcado pela greve dos caminhoneiros, desemprego ainda elevado e expectativas em torno da eleição presidencial.
A esperada melhora do mercado de trabalho e do consumo doméstico, além do aumento do crédito, dependem da manutenção da agenda de reformas e ajustes da economia pelo governo.
Em 2018, a produção industrial terminou com ganho de 1,1 por cento, porém mostrando desaceleração em relação ao ano anterior.
O varejo, por sua vez, fechou 2018 com o maior avanço em cinco anos, embora tenha contraído com força em dezembro. Mas os serviços foram na contramão e tiveram perdas no ano passado pela quarta vez seguida.
Fonte: Exame