A produção industrial brasileira frustrou as expectativas de perdas e cresceu em dezembro, terminando 2018 com ganhos, porém em ritmo mais fraco do que no ano anterior.
Em dezembro, a indústria registrou avanço de 0,2 por cento na produção, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este resultado compensa o recuo de 0,1 por cento de novembro e foi melhor do que a expectativa apontada em pesquisa da Reuters de recuo de 0,2 por cento.
Na comparação com dezembro de 2017, a produção apresentou queda de 3,6 por cento, contra projeção de contração de 4,2 por cento
Com isso, o setor terminou 2018 com ganho de 1,1 por cento, mostrando desaceleração em relação ao ano anterior, quando houve um avanço de 2,5 por cento que interrompeu três anos seguidos de queda da produção industrial.
No quarto trimestre, a produção industrial teve recuo de 1,1 por cento sobre o mesmo período de 2017, mostrando que a atividade perdeu força ao longo do ano após aumentos de 2,8 por cento no primeiro trimestre, 1,8 por cento no segundo e 1,2 por cento no terceiro, na mesma base de comparação. Foi o resultado mais fraco desde o quarto trimestre de 2016.
“Atividades como alimentos, metalurgia e bebidas, que mostraram comportamento positivo no início do ano, perderam intensidade ao longo dos meses”, disse o gerente da pesquisa no IBGE, André Macedo.
Os dados do IBGE mostraram que, entre as categorias econômicas, a que mais cresceu no ano foi a de Bens de Consumo Duráveis, com alta de 7,6 por cento, impulsionada por automóveis e eletrodomésticos da linha marrom.
Bens de Capital, uma medida de investimento, teve aumento no ano passado de 7,4 por cento, devido principalmente aos bens de capital para equipamentos de transporte e para construção.
Por outro lado, a produção de Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis teve contração de 0,3 por cento.
Entre os ramos pesquisados, 13 dos 26 apresentaram resultados positivos. A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias exerceu a maior influência positiva, com aumento de 12,6 por cento.
“Embora tenha perdido intensidade nos últimos meses do ano, o setor automobilístico, em 2018, foi especialmente favorecido pela maior demanda do mercado argentino”, completou Macedo.
Em dezembro sobre o mês anterior, entretanto, a fabricação de Bens de Capital recuou 5,7 por cento, enquanto Bens Intermediários cresceram 0,7 por cento.
2018 foi marcado pela greve dos caminhoneiros, um mercado de trabalho fraco, crise na Argentina e instabilidade no período eleitoral, fatores que afetaram a indústria brasileira ao longo do ano.
A mais recente pesquisa Focus do Banco Central mostra que os economistas esperam em 2019 uma expansão da indústria de 3,04 por cento, indo a 3 por cento em 2020.
Fonte: Exame