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Com menor dezembro do Real, inflação fecha 2018 abaixo do centro da meta

Sexta, 11 Janeiro 2019

A inflação no Brasil foi de 0,15% em dezembro, informou nesta sexta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a menor taxa para o mês desde o início do Plano Real e com isso, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fechou o ano passado em 3,75%.

Ela ficou abaixo do centro da meta definida pelo governo, que era de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (3%) ou para cima (6%).

A previsão dos economistas e instituições financeiras, expressa pelo último Boletim Focus, era que a inflação teria fechado o ano em 3,69%.

A inflação de 2018 superou a do ano anterior, que foi de 2,95% – a menor em 20 anos e a primeira vez na história em que ficou abaixo do piso.

Os economistas esperam que com a aceleração da economia, a inflação também suba em 2019 e fique em 4,01%, segundo o Focus.

No entanto, mesmo essa alta deixaria a inflação ainda dentro da meta – que é de 4,25% para o ano que vem – e em patamar reduzido em relação ao padrão histórico brasileiro. Em 2016 a taxa foi de 6,28% e em 2015 ela superou os dois dígitos.

Grupos

A mudança de direção no grupo Alimentação e Bebidas, que é de longe aquele com maior peso no consumo das famílias, foi a grande responsável pela inflação ter acelerado no ano passado.

Em 2017, o grupo havia registrado queda de 1,87% nos preços puxado pelo choque de oferta de uma safra recorde da agropecuária nacional.

Já em 2018, houve alta de 4,04% e peso de 0,99 ponto percentual na taxa final devido ao impacto de queda na safra e os efeitos da greve dos caminhoneiros .

No entanto, houve altas anuais ainda maiores em grupos como Habitação, que subiu 4,72%. Um fator de peso foram as contas de energia elétrica, que subiram 8,70% no ano passado.

A alta foi menor do que os 10,35% de 2017, mas ainda assim suficiente para contribuir com 0,31 ponto percentual na taxa de inflação anual.

No grupo Transportes, que responde por quase um quinto do peso do IPCA, houve aceleração de um ano para o outro puxado por altas em passagens aéreas (16,92%), gasolina (7,24%) e ônibus urbano (6,32%).

 

Grupo Variação em 2017 (%) Variação em 2018 (%)
Índice Geral 2,95 3,75
Alimentação e Bebidas -1,87 4,04
Habitação 6,26 4,72
Artigos de Residência -1,48 3,74
Vestuário 2,88 0,61
Transportes 4,10 4,19
Saúde e cuidados pessoais 6,52 3,95
Despesas pessoais 4,39 2,98
Educação 7,11 5,32
Comunicação 1,76 -0,09

 

Fonte: Exame