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Banco Mundial diz que crescimento global deve diminuir para 2,9% em 2019

Quarta, 09 Janeiro 2019

O Banco Mundial informou nesta terça-feira que o crescimento global deve diminuir para 2,9% em 2019.

A instituição afirma que crescimento em mercados emergentes e em economias em desenvolvimento perdeu impulso e deve ficar em 4,2% este ano.

América Latina tem ano decepcionante e crescerá 1,7%
O Banco Mundial também projetou que a América Latina vai crescer 1,7% em 2019, após uma expansão “decepcionantemente fraca” no ano passado, estimada em 0,6%, pelos efeitos da crise na Argentina, da greve dos caminhoneiros no Brasil e da situação da Venezuela.
“O crescimento na América Latina e no Caribe foi decepcionantemente fraco em 2018, com estimativa de 0,6%, e notavelmente menor que o esperado. Isso refletiu o impacto da recente crise da moeda na Argentina, da greve dos caminhoneiros no Brasil e da pioria das condições de vida na Venezuela”, disse o banco em seu relatório semestral.

O crescimento regional para 2019 foi estimado em 1,7%, 0,6 ponto menor que o projetado anteriormente. Para 2020, o BM prevê uma expansão de 2,4% e de 2,5% para 2021.

“Espera-se que o crescimento comece a ser retomado com 1,7% em 2019, à medida que a expansão se acelere no Brasil e a recessão na Argentina comece a ceder”, afirmou o Banco.

A maioria dos países, exceto Bolívia, Chile, Colômbia e Peru, enfrentam um panorama menos favorável que o esperado em junho.

No relatório semianual de Previsões para a Economia Mundial, o Banco alertou que globalmente “o crescimento enfraqueceu, as tensões comerciais continuam altas, vários países desenvolvidos experimentaram estresse financeiro e os riscos no panorama cresceram”.

A situação da Venezuela, com retração de 18% da economia, e a da Argentina, um recuo de 2,8% do PIB, tiveram forte influência sobre o desempenho da América Latina em 2018

Nos dois casos, o banco reduziu sensivelmente suas previsões de crescimento para o ano passado, cortando o prognóstico em 4,5 pontos no caso da Argentina e em 3,7 na Venezuela, em relação às previsões de junho.

Nenhuma dessas economias conseguirá sair da recessão neste ano: a Venezuela deve recuar 8%, e a Argentina, 1,75. As duas cifras estão abaixo do que tinha sido previsto pelo BM para 2019 em junho.

“O colapso econômico na Venezuela se aprofundou e não há sinais de que a última mudança na moeda tenha tido maior impacto na dinâmica hiperinflacionária atual”, disse o Banco Mundial.

Riscos de contágio
A instituição alertou que o panorama de risco de piora nas condições se mantém, com uma mistura de fatores como alta dos juros nos Estados Unidos, valorização do dólar e redução do apetite dos investidores pelos mercados emergentes.

“Os principais riscos externos incluem um maior endurecimento das condições financeiras externas e um aumento adicional da incerteza sobre as políticas comerciais internacionais”, afirmou a instituição.

A entidade também alertou que a desaceleração do crescimento global vai limitar o crescimento das exportações – setor crucial para o continente.

O Banco Mundial ainda advertiu que as condições fiscais na região continuam frágeis e chamou atenção para os riscos de contágios inter-regionais.

“A região enfrenta ainda riscos intrarregionais e internos, como um contágio de uma retração mais forte que o esperado na Argentina e na Venezuela e a persistente ameaça de desastres naturais e condições meteorológicas extremas”.

O Banco Mundial estimou que a onda migratória decorrente da crise na Venezuela pode ter efeitos indiretos na região, mas a médio e longo prazo, na Colômbia, por exemplo, poderia impulsionar o crescimento devido à maior disponibilidade de mão de obra e ao aumento do consumo e do investimento.

No relatório, a entidade também alertou que os preços das matérias-primas estão afetando as economias da América Latina.

Para os países petroleiros, o Banco Mundial previu que os preços do barril da commodity permanecerão estáveis, em torno de US$ 67, nos próximos dois anos, limitando potencialmente as receitas de exportação dessas economias.

 

Fonte: Exame