Os fundos cambiais foram os investimentos mais rentáveis de 2018, segundo ranking elaborado por EXAME.
Essa categoria de fundos, que aplica em ativos atrelados a moedas estrangeiras, registrou rentabilidade de 20,16%, impulsionada pela alta de 16,94% do dólar no ano. A segunda posição é ocupada pelo ouro, que valorizou 16,93% no ano. Em terceiro lugar, ficaram os títulos Tesouro IPCA+ 2035, com alta de 14,71% no período.
Já a nova poupança foi o investimento que ficou na lanterna do ranking nesse ano, com rendimento de 4,64% no período. Em penúltimo lugar aparecem os fundos de renda fixa simples, com rentabilidade de 5,3% no ano. Esses investimentos são impactados pelo menor patamar histórico da taxa básica de juros, a Selic.
Veja, na tabela, o desempenho de alguns dos principais investimentos do mercado em 2018 e em dezembro:
Aplicação | Desempenho em 2018 (%) | Desempenho em dezembro (%) |
---|---|---|
Fundos Cambiais | 20,16 | 0,81 |
Ouro* | 16,93 | 4,98 |
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) | 14,71 | 0,75 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B) | 14,51 | 0,87 |
Tesouro IGP-M+ com juros semestrais 2021 | 13,93 | -0,03 |
Fundo de Ações Dividendos* | 12,94 | -1,41 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B) | 12,62 | 1,01 |
Fundos de Ações Indexados* | 11,97 | -3,98 |
Tesouro Prefixado 2021 (LTN) | 11,96 | 1,55 |
Fundos de Ações Livre* | 11,95 | -1,97 |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2021 (NTN-F) | 10,95 | 1,38 |
Fundos Multimercados Investimento no Exterior* | 10,68 | -0,27 |
Fundos de Ações Investimento no Exterior* | 9,25 | -2,45 |
Fundos Multimercados Livre* | 9,16 | -0,03 |
Fundos Renda Fixa Indexados* | 9,1 | 0,94 |
Fundos de Ações Small Caps* | 8,41 | 0,8 |
Tesouro Prefixado 2019 (LTN) | 6,68 | 0,51 |
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal) | 6,48 | 0,2 |
Tesouro Selic 2021 (LFT) | 6,31 | 0,45 |
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior* | 6,2 | 0,5 |
Poupança antiga | 6,16 | 0,5 |
Fundos Renda Fixa Simples* | 5,3 | 0,33 |
Nova poupança** | 4,62 | 0,37 |
*Até o dia 28 de dezembro
**Até o dia 27 de dezembro
Fontes: Anbima, B3, Banco Central e Tesouro Nacional.
Veja, na tabela a seguir, o desempenho dos principais índices e taxas de referência para investir:
Referência | 2018 (%) | Dezembro (%) |
---|---|---|
Ibovespa | 15,03 | -1,86 |
Selic*** | 6,43 | 0,51 |
CDI*** | 6,42 | 0,51 |
IPCA**** | 3,69 | 0,1 |
Dólar comercial | 16,94 | 0,52 |
***O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias e 12 meses até 27/12
****Projeção do Boletim Focus do Banco Central.
O ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações em 2018 e no mês, sem descontar o Imposto de Renda, cuja alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo da aplicação. Somente a poupança e as aplicações de até 20 mil reais em ouro são isentas do tributo.
Para elaborar o ranking, usamos dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), da B3 (a antiga Bovespa), do Banco Central e do Tesouro Nacional. Entre os investimentos avaliados, não consideramos a bitcoin por não ser um ativo regulamentado no Brasil.
O que esperar para 2019
Analistas ouvidos pela revista EXAME acreditam que o Ibovespa chegará a 110 mil pontos em 2019, uma alta de cerca de 20% em relação ao patamar atual. Quando os juros estavam em 14,25% ao ano, essa chance de ganho poderia parecer pequena diante dos riscos. Mas, hoje, com a Selic em 6,5% e a previsão de que dificilmente passará de 8% no próximo ano, o “custo de oportunidade” do mercado de ações diminuiu.
Nesse cenário, consultorias recomendam que mesmo investidores mais conservadores tenham uma pequena parte do patrimônio na bolsa, menor do que 5% do valor total. Para quem aceita mais risco, a fatia pode chegar a 20%.
Outra opção de menor risco para diversificar são os fundos multimercado, que podem aplicar em diferentes ativos tanto no Brasil como no exterior.
Mesmo com a queda dos juros, existem boas opções de aplicações na renda fixa. Os títulos prefixados, que determinam hoje o rendimento que será pago no futuro, estão entre os mais indicados. Papéis atrelados à inflação também são recomendados. Embora sua rentabilidade tenha caído, os rendimentos continuam compensando. Além disso, esse investimento funciona como proteção caso o cenário piore e os preços de produtos e serviços subam mais do que o esperado.
Onde aplicar
Para escolher investimentos, é importante se guiar não só pela rentabilidade, mas pelo risco que se está disposto a correr e e pelo prazo disponível para realizar o objetivo.
Aplicações em renda fixa, a exemplo de títulos públicos, são indicadas para quem quer segurança. Já fundos cambiais são recomendados para quem precisam se proteger da oscilação de moedas.
Além disso, é importante lembrar que rentabilidade passada não significa garantia de rendimento futuro.
Fonte: Exame