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Salários mundiais têm menor expansão desde crise de 2008, aponta OIT

Terça, 27 Novembro 2018

O crescimento dos salários no mundo nunca foi tão baixo desde a crise financeira de 2008 quanto no ano passado, e isto apesar da reativação econômica nos países desenvolvidos – anunciou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta segunda-feira, 26.

Em um informe sobre os salários no mundo, a OIT também constatou que as diferenças de salários entre os sexos persistem em um nível “inaceitável”: as mulheres seguem recebendo cerca de 20% a menos do que os homens.

A OIT aponta que o crescimento mundial dos salários reais (corrigidos pela inflação) se desacelerou no ano passado, caindo de 2,4%, em 2016, para 1,8%, em 2017, seu nível mais baixo desde 2008. “É desconcertante observar que, nas economias com altas rendas, o lento crescimento dos salários coexiste com o crescimento do PIB e com a queda do desemprego. Segundo as primeiras indicações, este fraco crescimento salarial deve perdurar em 2018”, afirmou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

Na Europa (excluindo-se a parte leste, onde o crescimento dos salários reais disparou 5% no ano passado, contra 2,8%, em 2016), o crescimento salarial foi quase nulo em 2017.

O informe da OIT aponta as diferenças de salários entre homens e mulheres, o que representa “uma das maiores manifestações de injustiça social”. “Claramente se penaliza a maternidade nas mulheres. Inversamente, existe um bônus para a paternidade: os homens com filhos jovens têm situação melhor [em termos salariais do que as mães]”, disse Ryder em entrevista coletiva.

“A diferença de salários entre sexos continua sendo um fenômeno amplamente inexplicado que, em certa medida, está vinculado a preconceitos e estereótipos” e a outros fatores que não podem ser explicados com diferenças de produtividade entre homens e mulheres, disse à imprensa Rosalía Vázquez-Alvarez, uma das autoras do informe.

O informe mostra que as explicações tradicionais, como as diferenças de nível educacional entre homens e mulheres que ocupam um emprego assalariado, têm um papel limitado para explicar as diferenças de salário. A “parte sem explicação” das diferenças salariais entre homens e mulheres predomina em quase todos os países, segundo a OIT.

 

Fonte: Exame