O índice que mede a confiança da Indústria, da Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 2 pontos em outubro, para 94,1 pontos – o menor desde setembro de 2017 (93,4 pontos). Com o resultado, o índice atinge sua terceira queda consecutiva e acumula perda de 6 pontos.
Já a confiança dos serviços subiu 0,9 ponto em outubro, de 87,4 para 88,3 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 0,3 ponto, mantendo o sinal positivo pelo terceiro mês consecutivo.
Segundo Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens da FGV IBRE, a queda da confiança da indústria pelo terceiro mês consecutivo e a disseminação por quase 60% dos segmentos industriais foi influenciada pela deterioração no ambiente de negócios.
“A piora do cenário externo e o câmbio parecem ter peso adicional negativo na demanda, gerando efeito redutor nas expectativas de produção. A proximidade do fim do processo eleitoral parece já gerar um efeito positivo nos empresários, mas ainda insuficiente para reverter a tendência de queda da confiança no setor”, afirma
Silvio Sales, consultor da FGV IBRE, justifica a melhora da confiança das empresas de serviços pelo fato de, pela primeira vez desde fevereiro, todos os quatro indicadores que compõem o índice terem avançado frente ao mês anterior.
A disseminação no sinal positivo dos indicadores no mês pode estar relacionada à proximidade da definição do cenário político atuando na redução da incerteza no âmbito das empresas e dos consumidores. “Vale observar que o índice de confiança ainda se situa numa faixa abaixo dos 90 pontos, o que caracteriza um contexto de moderado pessimismo”, analisa.
Indústria: tendência de queda disseminada pelos segmentos
O índice da situação atual caiu 2,3 pontos, para 92,9 pontos, a terceira queda consecutiva, retornando ao patamar de setembro de 2017 (90,8 pontos). O movimento de queda afetou 9 dos 18 segmentos pesquisados.
O índice de expectativas recuou 1,6 ponto, para 95,5 pontos, o menor desde agosto de 2017 (94,8 pontos). A queda atingiu 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados.
O indicador que avalia o nível de demanda atual foi a principal influência no recuo da situação atual no mês, com queda de 3,6 pontos, para 91,2 pontos. O percentual de empresas avaliando o nível de demanda como forte caiu de 9,2% para 7,9%, enquanto a parcela das que o avaliam como fraco subiu de 23,9% para 26,3% do total.
As expectativas dos empresários sobre a produção nos próximos três meses foram o principal componente a influenciar o recuo do índice de expectativas em outubro. O indicador caiu 5,4 pontos, para 93,0 pontos, menor nível desde fevereiro de 2017 (89,2 pontos). Houve diminuição da proporção de empresas prevendo aumento da produção, de 36,6% para 30,9%, e também da parcela das que esperam redução, em menor magnitude, de 23,1% para 20,0% do total.
O nível de utilização da capacidade instalada recuou 0,5 ponto percentual, para 76,4%.
Serviços: situação atual e expectativas puxam alta
O avanço do índice de confiança, que impactou 6 das 13 principais atividades pesquisadas, foi influenciado tanto pelos indicadores da situação atual quanto pelo de expectativas. O índice da situação atual subiu 0,8 ponto em outubro, para 85,9 pontos. A maior contribuição à alta foi dada pelo indicador que mede o grau de satisfação com o volume de demanda atual, que avançou 1 ponto no mês, para 85,8 pontos.
Já o índice de expectativas avançou 1,1 ponto em outubro, para 91,1 pontos, impulsionado majoritariamente pelo indicador que mede o otimismo em relação à situação dos negócios nos seis meses seguintes, que subiu 2 pontos, para 93,5 pontos, o maior nível desde abril deste ano (95,6 pontos).
O nível de utilização da capacidade instalada subiu 0,3 ponto percentual em outubro, para 82,2%.
Fonte: G1