O rali nas ações das empresas brasileiras não mostra sinais de interrupção diante de expectativas positivas para a próxima temporada de resultados corporativos.
Enquanto a incerteza recuou, já que Jair Bolsonaro parece pronto para conquistar a presidência, a depreciação do real foi compensada pelo aumento dos preços das commodities e um ambiente de juro baixo durante o último trimestre. Cerca de metade das empresas do Ibovespa verá crescimento no Ebitda acima de 10% no período, segundo dados compilados pela Bloomberg. O Ibovespa subiu 20% desde a mínima em 52 semanas em 18 de junho.
“As expectativas para os resultados do terceiro trimestre são altas e as empresas que fizeram a lição de casa tendem a se destacar”, disse Adeodato Volpi Netto, chefe de mercado de capitais da Eleven Financial Research. “A base comparável do segundo trimestre foi comprometida pela greve, o que pode impulsionar o crescimento relativo”.
O UBS espera que a receita das empresas brasileiras, o Ebitda e o lucro por ação cresçam em 25%, 33% e 50%, respectivamente, em relação ao ano anterior, segundo o estrategista Sambuddha Ray.
William Landers, da BlackRock, citou a taxa de juros na mínima histórica e o fato de que as reformas aprovadas pelo governo atual se mostram um suporte para os resultados. A evidência fica clara a partir da comparação com pares regionais, de acordo com o Itaú BBA.
“O principal destaque para este trimestre é o claro desempenho superior do Brasil sobre o Chile e o México”, escreveram os estrategistas do Itaú BBA liderados por Gregorio Tomassi em relatório. O banco projeta bons resultados, em especial para setores e indústrias guiados por commodities e impulsionados pela demanda interna, incluindo varejistas.
As siderúrgicas devem registrar bons números devido aos preços domésticos mais altos e ao aumento do volume local, de acordo com o analista do Morgan Stanley, Carlos de Alba. As empresas de papel e celulose também podem reportar fortes resultados graças a maiores remessas, preços de celulose estáveis e moeda mais fraca.
O Santander espera reações positivas do mercado aos resultados de Randon, Petrobras, Sul America e Bradesco, enquanto vê reações negativas a Cielo, Raia Drogasil, Hering e Ser Educacional.
Fonte: Exame