A ASA Asset atualizou suas expectativas para a Selic e vê, agora, um novo “mini ciclo” de elevação dos juros à frente. “O endurecimento do discurso dos diretores do Banco Central indica esforço conjunto na tentativa de retomar a credibilidade perdida, o que nos levou a mudar o cenário”, dizem.
A instituição financeira espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a taxa em 0,25 ponto percentual (p.p.) em setembro e em 0,50 p.p. nas reuniões de novembro e dezembro. Com isso, a Selic deve fechar 2024 em 11,75%.
O ciclo de aperto monetário, no entanto, só deve ser encerrado em janeiro de 2025 no patamar de 12% ao ano, com mais um aumento de 0,25 p.p.
As altas, segundo a ASA, serão o suficiente para ajudar a conter parte da piora das expectativas, mas insuficiente para reancorá-las na meta de 3%.
Os especialistas dizem que o movimento deve ocorrer independentemente de uma redução dos juros dos Estados Unidos, que deve ajudar a criar um ambiente mais positivo domesticamente.
A volta do ciclo de cortes da Selic deve começar na segunda metade de 2025, concomitante à expectativa de menor pressão externa. Com isso, a taxa terminaria o próximo ano em 10%, vê a instituição.
A visão da ASA para PIB, inflação e dólar
Além de mudar as projeções para a Selic, a ASA acredita em um ritmo mais forte de crescimento em 2024. A expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,5% — antes, a aposta era de 2,3%.
“As enchentes no Rio Grande do Sul trouxeram risco para baixo na nossa projeção. Contudo, a dinâmica do mercado de trabalho superou os efeitos negativos e observamos PIB positivo no 2T24, ajudando a impulsionar a atividade no ano”, afirmam.
Para a inflação, a instituição não alterou as previsões de 4,4% e 4,2% para 2024 e 2025, respectivamente. Já nos anos seguintes, eles projetam um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acima da meta, em 3,8%.
No câmbio, as expectativas para este e o próximo ano foram revisadas para baixo, para R$ 5,35 e R$ 5,45 — efeito do aumento do diferencial de juros.
FONTE: MONEYTIMES