83% do mercado financeiro julga que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá a Selic no patamar de 10,50% ao ano na decisão de amanhã (19), segundo a pesquisa Pré-Copom do BTG Pactual realizada entre 11 e 14 de junho. Os demais 17% dos participantes espera uma corte de 0,25 ponto percentual na taxa.
Em relação à comunicação do Banco Central (BC) nesta reunião, apenas 7% dos pesquisados antecipa um novo dissenso entre os membros. 37% acredita que a indicação virá sem orientação futura e 56% também não vê indicação futura, mas espera que o Comitê mencione uma “pausa” no ciclo.
Por outro lado, 55% dos participantes acredita que a comunicação deveria vir sem menção de “pausa” no afrouxamento monetário.
Em entrevista ao Money Times, o economista e estrategista Macro do BTG Pactual Portfolio Solutions, Álvaro Frasson, afirmou que uma eventual unanimidade na decisão do Comitê é importante para a credibilidade do BC e a ancoragem das expectativas. Na última reunião, cinco membros votaram em uma redução de 0,25 p.p., enquanto os quatro demais optaram por um corte de 0,50 p.p.
Desde o último encontro, o presidente da autarquia, Campos Neto, tentou passar um tom de maior coesão do cenário e o diretor Gabriel Galípolo também se mostrou preocupado com a inflação. “Se isso for verdade, deveria ser refletir em uma decisão unânime, porque os próprios diretores admitiram que o dissenso gerou volatilidade. É papel agora do Banco Central reduzir essa incerteza”, afirma.
Além disso, o economista diz que “não há outra boa condução [para a política monetária] neste momento que não seja a manutenção [dos juros], dado que teve um estresse muito grande da última reunião para cá”.
Cortes na Selic devem voltar logo?
Ainda segundo a pesquisa do BTG, em julho e setembro, a vasta maioria dos pesquisados — 87% e 88%, respectivamente — aguarda uma nova manutenção da Selic.
Na reunião de novembro e dezembro, no entanto, a expectativa de um corte de 0,25 p.p. volta a subir, mas ainda segue inferior ao percentual de manutenção — entre 70% e 75%.
Em relação ao nível da Selic em 2024, 58% dos participantes vê os juros encerrando o ano em 10,50%. Uma parcela de 32% vê entre 10% e 10,25%.
Já para 2025, 60% dos participantes espera que a taxa feche o ano a 9% e 9,75%. Porém, 32%, vê a Selic acima de 10,0%.
A respeito do risco de alta dos juros, 88% julga que o risco é “muito baixo” ou “baixo” em 2024. Para 2025, esse grupo soma 64% da amostra.
Fiscal, inflação e dólar
A respeito do quadro fiscal, os participantes seguem crendo majoritariamente na alteração da meta de primário de 2024. 18% vê alteração no próximo relatório bimestral de julho, enquanto 53% antecipa alteração posteriormente.
A respeito da chance do governo apoiar e aprovar medidas de contenção de despesas, 74% acredita que a probabilidade é “muito baixa” ou “baixa”.
Sobre o cenário econômico, parcela relevante dos participantes (58%) projeta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em um intervalo de 3,75% a 4% em 2024. Para 2025, há dispersão maior, com um grupo mais relevante dos participantes (44%) projetando uma inflação também entre 3,75% e 4%.
Por fim, em relação à taxa de câmbio, a maior parcela dos pesquisados (38%) ainda vê o real, frente ao dólar, voltando para o intervalo de R$ 5,00 a R$ 5,25 nos próximos 12 meses. No entanto, 52% crê que a moeda ficará acima de R$ 5,25.
FONTE: MONEYTIMES