O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, subiu 0,46% em maio — apontando para uma aceleração em relação à alta de 0,38% apurada em abril.
O resultado veio acima do consenso do mercado, que esperava um avanço de 0,40%, segundo pesquisa do Broadcast.
O indicador acelerou a alta acumulada em 12 meses até maio para 3,93%, de 3,69% no mês anterior. O número também veio acima das expectativas, que apontavam para uma aceleração a 3,87%.
O que pressionou o IPCA de maio?
A aceleração do IPCA de maio foi pressionada pelos preços dos alimentos e bebidas, que subiram 0,62% na comparação com abril, influenciados pela alta dos tubérculos, raízes e legumes (6,33%). Destaca-se a batata-inglesa, com aumento de 20,61%, o maior impacto individual sobre o índice geral.
O gerente da pesquisa do IBGE, André Almeida, observa que a mudança das safras é um dos fatores relacionados ao aumento do tubérculo. “Em maio, com a safra das águas na reta final e um início mais devagar da safra das secas, a oferta da batata ficou reduzida. Além disso, parte da produção foi afetada pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, que é uma das principais regiões produtoras”, diz.
Apesar disso, o preço da alimentação no domicílio (0,66%) desacelerou frente ao mês anterior (0,81%). O comportamento é explicado pelas variações negativas de alguns alimentos, como as frutas (-2,73%).