O Congresso já tem em mãos o texto de regulamentação da reforma tributária, liberado ontem pela equipe econômica do Ministério da Fazenda. E nisso, o governo já estabelece quais produtos e serviços devem ter impostos mais baixos.
A reforma tributária, em si, foi aprovada no ano passado. No entanto, existe uma série de pontos que ainda precisam ser detalhados, como definição de alíquotas, imposto seletivo, regimes específicos e itens de cesta básica que estarão isentos.
O projeto de lei complementar entregue ontem estabelece o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS).
Menos impostos: Veja os produtos e serviços que podem ficar mais baratos
Segundo o documento, 14 produtos e serviços podem ter uma alíquota reduzida em 60% da CBS e do IBS. São eles:
- serviços de educação;
- serviços de saúde;
- 92 dispositivos médicos;
- dispositivos de acessibilidade próprios para pessoas com deficiência;
- 850 medicamentos;
- produtos de cuidados básicos à saúde menstrual;
- alimentos destinados ao consumo humano; produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda;
- produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura;
- insumos agropecuários e aquícolas;
- produções artísticas nacionais, culturais, de eventos, jornalísticas e audiovisuais;
- comunicação institucional;
- atividades desportivas;
- bens e serviços relacionados à soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernética.
Além disso, pelo menos 15 alimentos que compõe a cesta básica terão alíquota zero. Veja abaixo:
- arroz;
- leite (fluido pasteurizado, industrializado, ultrapasteurizado, em pó, integral, semidesnatado, desnatado, fórmulas infantis);
- manteiga;
- margarina;
- feijões;
- raízes e tubérculos;
- cocos;
- café;
- óleo de soja;
- farinha de mandioca;
- farinha, grumos e sêmolas, de milho e grãos esmagados ou em flocos;
- farinha de trigo;
- açúcar;
- massas alimentícias;
- pão do tipo comum.
Imposto IVA: Uma das maiores alíquotas do mundo
Pelas estimativas do secretário extraordinário do Ministério da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy, a alíquota do imposto sobre valor agregado (IVA) deve ser, em média, de 26,5%.
“A estimativa é muito próxima do que tinha antes. Com o desenho, de 25,7% a 27,3%, com uma média de 26,5%. A referência é a média, mas a expectativa é que seja ainda menor”, disse durante a entrega do texto na Câmara dos Deputados.
O valor apresentado é mais baixo do que as estimativas do ano passado. Pelos cálculos iniciais da equipe do Ministério da Fazenda, a projeção era de que a reforma tributária teria uma cobrança entre 25,45% e 27%. Mas o ministro Fernando Haddad admitiu que a alíquota poderia chegar a 27,5%.
No ano passado, o pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo apontando que, do jeito que a reforma passou pela Câmara, o imposto único seria de mais de 28%.
Com isso, o IVA brasileiro seria o maior do mundo, ultrapassando inclusive os 27% da Hungria. Mesmo com a revisão nos cálculos, o Brasil continuaria entre os países com o maior imposto para consumo. A Suécia, por exemplo, tem uma alíquota de 25% e ocupa o segundo lugar no ranking de impostos, seguida por Portugal (23%), segundo as previsões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
FONTE: MONEYTIMES