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Dólar opera em alta, após patamar mais baixo em 2 meses na véspera

Terça, 09 Outubro 2018

O dólar opera em alta nesta terça-feira (9), após forte recuo no dia anterior, repercutindo os resultados das eleições do 1º turno.

Às 9h21, a moeda norte-americana subia 0,43%, vendida a R$ 3,7821.

Além da atenção dos mercados estar voltada ao cenário eleitoral que definirá o presidente dentro de três semanas, o viés é negativo para mercados emergentes após o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortar as previsões de crescimento global para 2018 e 2019, colocando mais pressão sobre as economias em desenvolvimento que já enfrentam condições financeiras mais rígidas e saídas de capital.

O economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, disse que a suscetibilidade dos mercados emergentes a grandes choques globais aumentou. A disputa tem prejudicado o sentimento em relação às moedas de mercados emergentes, especialmente aquelas de países importadores de petróleo como a Turquia e a Índia, que tem sido pressionadas pelos preços do petróleo subindo para máximas de vários anos nos últimos meses.

Última sessão
No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 2,31%, vendida a R$ 3,7658. Foi a maior queda percentual desde o recuo de 5,59% de 8 de junho passado e também o patamar mais baixo de fechamento em dois meses.

Ajustes nas perspectivas
Desde agosto, a moeda norte-americana vinha se mantendo acima de R$ 4, em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que fez aumentar a procura por proteção em dólar.


A expectativa de que a cautela iria predominar nos mercados foi substituída por ajuste de posições nos últimos pregões, em meio ao resultado das últimas pesquisas eleitorais antes do 1º turno.

O mercado prefere candidatos com viés mais reformista e entende que aqueles com viés mais à esquerda não se enquadram nesse perfil. E, com o resultado das eleições, o mercado entende que o país poderá ser governado por alguém com o perfil adequado à sua preferência.

As flutuações costumam ocorrer conforme cresce a procura pelo dólar ou oferta: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.

Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.

A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 permaneceu em R$ 3,89 por dólar, segundo previsão de analistas de instituições financeiras divulgada por meio de boletim de mercado pelo Banco Central nesta segunda. Para o fechamento de 2019, ficou estável em R$ 3,83 por dólar.

 

Fonte: Exame