O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 2,9% em 2023, com um acumulado no ano de R$ 10.856,1 trilhões, mas o resultado não está sendo comemorado pelos economistas. As análises do mercado seguem acreditando que o cenário para 2024 é de desaceleração econômica, com o temor de gargalos com os investimentos da população brasileira e o setor agro.
Em 2023, a taxa de poupança foi de 15,4%, inferior à de 15,8% em 2022. No geral, os investimentos brasileiros no ano passado representaram 16,5% do PIB, número que foi maior em 2022, quando a taxa representava 17,8%.
Para Alexandre Dellamura, mestre em Economia e head de Conteúdo da edtech Melver, a preocupação com a queda do investimento e da poupança ocorre porque “a história nos mostra que o investimento a taxa menores do que 20% do PIB pode pressionar os preços, dadas as políticas monetárias e fiscais expansionistas”.
O setor de agropecuária apresentou uma retração de 5,3% em relação ao trimestre anterior, apesar de ter apresentado um crescimento de 20,9% no primeiro trimestre de 2023.
Alexandre afirma que “nossas expectativas, no momento, não são tão favoráveis para o agro, devido a efeitos negativos do El Niño, que já podem ser observados com menor produção de grãos e a quebra de produção”.
Igor Cadilhac, economista do PicPay, tem para 2024 um cenário de crescimento de 1,8%, com um cenário-base de desaceleração da atividade econômica. “De um lado temos os efeitos defasados da política monetária, a dissipação do impulso no período pós-pandemia e um ajuste fiscal concentrado na elevação de arrecadação/impostos.”
“Por outro, ainda temos observado um mercado de trabalho aquecido, uma retomada do setor industrial global, impulsionada pela normalização dos estoques, e a permanência de alguns estímulos governamentais dadas, inclusive, as eleições regionais”, finaliza.
Para o economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, os resultados do PIB demonstram uma economia em desaceleração, em função do aperto monetário, mas não há expectativa de uma recessão iminente.
Com relação à taxa Selic, a expectativa é de um nível de 9,25%. “A atividade mais resiliente que o esperado há alguns trimestres, o mercado de trabalho aquecido e a inflação com uma composição que indica possível persistência sugerem que a autoridade monetária deverá permanecer com juros acima do patamar neutro e proceder de forma gradual.”
FONTE: MONEYTIMES