O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (56) que as taxas de inflação global estão em processo de desaceleração, muito puxada pela queda dos preços de alimentos e energia, mas que os núcleos de preços nas maiores economias ainda estão em patamares muito altos, especialmente por conta dos serviços pressionados.
Em evento em São Paulo, o presidente da autoridade monetária ponderou que, no que Basil e em outros países da América Latina, esses núcleos estão mais baixos do que em períodos recentes. “De fato, as inflações de serviços estão rodando a níveis muito altos. Em alguns emergentes, os serviços já estão abaixo de padrões históricos”, comparou.
Campos Neto afirmou que há quatro grandes temas dentro do debate global de inflação: a dinâmica de inflação nos EUA, o momento econômico da China, a realidade e de divisão global e a dinâmica de um mundo muito mais endividado após a pandemia (com as taxas de juros ainda muito altas.
Sobre a inflação no Brasil, o comportamento tem sido mais ou menos de acordo com o esperado pelo BC, disse Campos Neto, citando a convergência da taxa em direção à meta. A recente alta marginal no núcleo de serviços, segundo ele, foi concentrada em passagens aéreas e emplacamento de carros novos. “Mas está dentro do que a gente tinha programado em termos de trajetória”, ponderou.
Campos Neto disse ainda que o mercado de trabalho aquecido tem sido observado de perto pelo BC e que a equipe identificou um repique de preços em áreas onde o trabalho é mais intensivo. A massa salarial, citou, está subindo entre 5% e 5,5%.
O presidente do BC também afirmou que a inflação implícita longa está caindo, o que mostra que há uma percepção menor de risco por parte do mercado quanto a mudança de direção do BC no ano. “A gente vê uma inflação mais longa equilibrada em temos de expectativa”, reforçou.
FONTE: INFOMONEY