Como você viu aqui no Agro Times, o NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), autoridade climática global, projeta que o fenômeno climático La Niña deve começar em junho de 2024, após o El Niño, que está em seu pico e previsto para terminar em março, com período de neutralidade em abril.
Diferentemente da expressão “Depois da tempestade vem a calmaria”, o fim do El Niño marca novas preocupações, agora com o La Niña.
De forma geral, o La Niña é um fenômeno caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico na faixa equatorial, o oposto do que ocorre com o El Niño.
Sendo assim, o fenômeno deve provocar chuvas mais volumosas que o normal no Norte e no Nordeste, com o tempo mais seco em amplas áreas do Centro-Sul do país, especialmente o Sul, que fica mais vulnerável a eventos de seca.
Setores que devem sofrer com o La Niña
De acordo com Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, as temperaturas elevadas, em razão do fenômeno, podem trazer prejuízos para as lavouras nas regiões mais ao Sul do país, o que poderá penalizar as empresas produtoras agrícolas com exposição a essas regiões em específico.
“Como consequência da perspectiva de menor produtividade das safras, o setor de insumos agrícolas também pode ser prejudicado, com receitas menores diante da menor demanda dos produtores. A menor disponibilidade de grãos no mercado pode penalizar os frigoríficos e a indústria alimentícia, considerando que parte relevante de seus custos pode ser influenciada pela dinâmica do mercado de commodities”, explica.
Segundo o analista, a situação climática adversa também pode restringir as margens das seguradoras, considerando que, historicamente, o número de sinistros pode aumentar em razão do maior número de quebra de safras e outros acontecimentos que ativem os contratos entre seguradora e segurados.
“Em casos extremos, os eventos climáticos podem prejudicar também as empresas de geração elétrica com exposição às hidrelétricas em seu portfólio e empresas de logística marinha, que podem ser vítimas dos menores níveis de pluviosidade”, conclui.
FONTE: MONEYTIMES