Quem investe em dólar, ou tem ativos atrelados à moeda norte-americana, tem observado uma tendência de queda. Somente neste mês de novembro, o índice DXY acumula uma queda de quase 3% — fato que tem contribuído para muitos se perguntarem se trata-se do início de uma correção ou se as oscilações serão constantes. Na visão da Gavekal Research, é necessário observar os “impulsionadores do dólar”.
“As avaliações sugerem uma tendência negativa para o dólar americano em 2024. Mas é cedo demais para se dizer com alguma confiança que a moeda iniciou a sua tão esperada reversão para o justo valor”, escreve Will Denyer, economista-chefe da Gavekal para os Estados Unidos. Diante disso, ele aponta os seguintes impulsionadores que devem ser observados e analisados para entender a trajetória da moeda:
1. Dólar e os rendimentos reais relativos
Como aponta Denyer, tem sido observada uma convergência no diferencial entre os EUA e o euro, que embora o economista classifique como modesta, pode explicar a recente força da moeda europeia. Contudo, em relação ao Japão e ao Reino Unido, os spreads mantiveram-se estáveis. “Por enquanto, os rendimentos reais relativos apoiam o dólar americano dentro da existente faixa comercial”, afirma.
2. Mudanças nas taxas políticas
“Em contrapartida, o Banco do Japão parece que provavelmente aumentará sua taxa de -0,1% para 0%. Mas não está claro se fará algo a mais do que o necessário para sair das taxas negativas. Se os outros bancos centrais permanecerem ‘em alta durante mais tempo’, os spreads das taxas curtas continuarão a pesar sobre o iene”, frisa o relatório da Gavekal.
3. Preço da energia
Outro impulsionador do dólar é o preço da energia, visto que os EUA são independentes em termos energéticos, enquanto países europeus e o Japão são importadores. O resultado disso faz com que a moeda norte-americana tenha uma relação positiva com os preços da energia, enquanto euro, a libra e o iene tendem a ficar negativos.