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IPCA de outubro tem alta de 0,24%; inflação acumulada de 12 meses avança para 4,82%

Sexta, 10 Novembro 2023

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que é a inflação oficial do Brasil, fechou o mês de outubro com alta de 0,24%, pequena desaceleração após alta de 0,26% em setembro. O resultado foi divulgado nesta sexta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o IPCA acumula alta de 3,75% e, nos últimos 12 meses, de 4,82%. O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que esperava alta mensal de 0,29%. 

No último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, 6, a expectativa para o IPCA em 2023 ficou em 4,63%. Um mês antes, a mediana era de 4,86%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção piorou de 3,90% para 3,91%. Há um mês, era de 3,88%. Considerando as 100 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 se manteve em 4,61%.

Por que o IPCA de outubro subiu? 

A alta do IPCA de outubro foi puxada pela forte alta dos preços das passagens aéreas, que subiram 23,70% na comparação com o mês anterior. O item já vinha de alta de 13,47% em setembro. 

“É o segundo mês seguido de alta das passagens aéreas. Essa alta pode estar relacionada a alguns fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida. 

Ainda no grupo de transporte, o que teve a maior alta no mês, os subitens táxi (1,42%) e óleo diesel (0,33%) subiram no mês. Dentro dos combustíveis, os preços da gasolina, do gás veicular, e do etanol tiveram deflação em outubro. “A gasolina é o subitem de maior peso entre os 377 da cesta do IPCA. Essa queda em outubro foi o maior impacto negativo no índice (-0,08 p.p) e contribuiu para segurar o resultado do grupo de transportes”, diz o gerente.

Aumento do preço dos alimentos após quatro quedas consecutivas 

Oito dos nove grupos de produtos e serviços investigados pela pesquisa tiveram inflação. O de alimentação e bebidas avançou 0,31% no mês, a primeira alta após quatro quedas consecutivas. A a alimentação no domicílio subiu 0,27%. A alta foi impulsionada pelo aumento nos preços da batata-inglesa (11,23%), da cebola (8,46%), das frutas (3,06%), do arroz (2,99%) e das carnes (0,53%). 

“O arroz acumula alta de 13,58% no ano. Esse resultado é influenciado pela menor oferta, já que ele está no período de entressafra e houve maior demanda de exportação. No caso da batata e da cebola, a menor oferta é resultado do aumento de chuvas nas regiões produtoras, que prejudicou a colheita”, explica André. Por outro lado, os preços das carnes vinham em queda desde janeiro, e a deflação acumulada no período é de 11,08%. Outros itens básicos na mesa do brasileiro tiveram queda em outubro, como o leite longa vida (-5,48%) e o ovo de galinha (-2,85%).  

A alimentação fora do domicílio (0,42%) ficou mais cara, com o aumento da refeição (0,48%) e do lanche (0,19%). “De maneira geral, esse grupo tem apresentado altas seguidas, mas em outubro houve uma aceleração, passando da variação de 0,12%, em setembro, para 0,42%”, diz o pesquisador. Entre os grupos pesquisados no IPCA, o único que registrou deflação foi o de comunicação (-0,19%), impulsionado pelas quedas nos preços dos aparelhos telefônicos e dos planos de telefonia fixa. 

 

IPCA acumulado de novembro de 2022 a outubro de 2023.  

O acumulado dos últimos 12 meses teve alta de 4,82%, após resultado mensal em outubro de 0,29%. No ano, o IPCA acumula alta de 3,75%. 

 

Quem calcula o IPCA? 

 

cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:

1. Amostra de produtos e serviços
 

O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias

2. Pesquisa de preços 

Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior. 

3. Ponderação dos itens 

Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo. 

4. Cálculo do índice 

O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média. 

O que é IPCA acumulado? 

O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

O que significa a sigla IPCA? 

A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

 

FONTE: EXAME