Nos próximos anos, o ecossistema de inovação e startups da América Latina irá testemunhar o crescimento de novas modalidades de investimento e a proliferação de fundos de venture capital regionais, capazes de disputar páreo a páreo por participações cada vez mais significativas em rodadas de investimentos em startups locais.
Quais são as principais tendências para startups Latam
Agora, com a seca do venture capital, a região está prestes a vivenciar uma diversificação de modalidades de investimentos e associação com startups, ancorada pela ascensão de veículos voltados para o corporate venture capital (CVC) e também pelo aumento substancial de fusões e aquisições entre empresas, avalia Marina Mansur, sócia da McKinsey
No Brasil, a popularidade do CVC é mandatória. Atualmente, 83% das grandes empresas brasileiras já possuem alguma iniciativa de corporate venture capital, segundo pesquisa da ABVCap.
Para Mansur, para que a modalidade se torne ainda mais popular, o desafio está em estabelecer níveis adequados de independência dentro dos veículos de investimento. "Os CVCs deveriam ter corpos autônomos, pois isso acelera a decisão e evita conflitos de interessa nas tomadas de decisão", diz. A
Outro obstáculo está relacionado à ausência de indicadores claros para mensurar resultados que surgem após os acordos financeiros. Para Mansur, os CVCs ainda carecem de teses de investimento reais e de clareza sobre o retorno financeiro ou estratégico esperado com a operação. "A expectativa pode ser de curto ou longo prazo, e também pode ser relacionada ao lado financeiro ou não, mas a meta deve existir.
"Hoje os CVCs não têm cabeça de VC, e isso deve mudar", diz.
2. Proliferação de fundos de VC
Dados do Pitchbook indicam que, em 2021, os dez fundos mais ativos da região foram responsáveis por 40% de todas as rodadas. Em 2022, esse número caiu para 2022.
Segundo Mansur, isso indica uma tendência de fragmentação do mercado de venture capital, com a proliferação de fundos de menor porte e que se dedicam a regiões específicas. "O aumento de VCs tem sido constante nos últimos cinco anos. Temos visto um "boom" de fundos menores e com relevância crescente. Essa é, sem dúvida, uma tendência", diz.
Em outra frente, os bons resultados de fundos veteranos e com atuação já consolidada na região — a exemplo de gestoras como SoftBank, Monashees e Kaszek Ventures — também são responsáveis por impulsionar o surgimento de fundos novatos nos últimos anos, afirma a executiva. "Os grandes já estão no décimo fundo e sempre dando resultados positivos. Por isso, a ideia de criar um fundo passou a ser visto como algo viável", diz.
3. Fusões e aquisições em alta
É possível que nos próximos anos a América Latina vivencie uma verdadeira "onda de M&As", afirma o estudo da McKinsey. Com custo de sobrevivência nas alturas, a venda de empresas passa a ser não apenas uma alternativa, mas uma estratégia de sobrevivência.
Em boa medida, a busca por complementariedade em produtos e serviços, numa lógica de criação de ecossistemas completos, também levará muitos líderes de mercado a buscarem empresas adjacentes. "É uma construção de longo prazo e que nos leva a acreditar que veremos um número crescente de aquisições, mas também de fusões e aproximações estratégicas", diz Mansur.
FONTE: EXAME
LINK: https://exame.com/negocios/tendencias-startups-america-latina-segundo-estudo-mckinsey/