Notícias

Shein acabará com ações de varejo no Brasil? Saiba separar oportunidades do risco

Quarta, 26 Abril 2023

Se você é jovem, provavelmente já ouviu falar e já até consumiu na Shein. Caso tenha uma idade um pouco mais avançada, provavelmente ficou sabendo da companhia através das notícias que circularam na mídia ao longo dos últimos dias.

Para quem não sabe, a Shein é uma empresa de moda online com sede na China que ganhou popularidade no Brasil e em outros países por sua abordagem de venda de roupas e acessórios a preços acessíveis, seguindo as últimas tendências de moda.

Embora alguns digam que o mercado consumidor da companhia esteja mais concentrado nas classes sociais de mais baixa renda, a verdade é que a companhia chinesa virou febre em todas as faixas de renda. Alguns motivos podem explicar como em tão pouco tempo a Shein ficou tão popular por aqui:

  • Preços competitivos: a Shein é conhecida por oferecer produtos de moda a preços muito competitivos. Isso atrai consumidores brasileiros que buscam opções de moda acessíveis e econômicas, especialmente em um mercado onde o preço é um fator importante para muitos consumidores.
  • Variedade de produtos: a empresa oferece uma ampla variedade de produtos de moda, incluindo roupas femininas, masculinas e infantis, acessórios, calçados e itens de beleza.

A diversidade de produtos disponíveis no site da Shein pode atender a diferentes preferências e estilos de moda, o que atrai uma ampla base de consumidores no Brasil.

Estimativas apontam que a quantidade de SKU (unidade de manutenção de estoque) lançado mensalmente pela companhia equivale ao somatório dos SKUs de grande parte das varejistas de moda brasileiras.

 

Além disso, vale mencionar também outras características, como as tendências de moda atualizadas, experiência de compra online com um aplicativo intuitivo, marketing digital eficaz, entre outros.

Shein taxada pelo governo

Mais recentemente, a companhia se viu no centro de uma discussão na esteira do projeto do arcabouço fiscal, que busca aplicar medidas para recuperação da base fiscal do país.

Dentre as medidas apresentadas, o governo ventilou a hipótese de acabar com o benefício fiscal para importações de pessoas físicas cujo valor da compra seja abaixo de US$ 50 – para compras acima de US$ 50, o imposto é de 60%. Pelas contas do Ministério da Fazenda, essa cobrança poderia injetar cerca de R$ 8 bilhões aos cofres públicos.

De bate-pronto, a sinalização de que as importações realizadas pelas pessoas físicas seriam taxadas independentemente do valor de compra promoveu uma reprecificação nas varejistas locais, que vêm apresentando números ruins nos últimos trimestres em função do cenário macroeconômico desafiador, do acirramento da competição e do aumento do custo de matéria prima.

 

No dia, Lojas Renner (LREN3) subiu 9%, Guararapes (GUAR3) 9% e C&A (CEAB3) 11%.

 

Poucos dias depois, após forte repercussão negativa com a medida proposta, o governo decidiu voltar atrás e, na sequência, a Shein anunciou que planeja investir US$ 150 milhões no país nos próximos anos para estabelecer uma rede com milhares de fabricantes do setor têxtil.

Dessa forma, o seu mix de produção para o país se alteraria bastante.

Enquanto atualmente 70% dos produtos vendidos no Brasil são fabricados na China e os 30% restantes vêm de parceiros brasileiros, a ideia é que até 2026, 80% dos produtos sejam fabricados localmente.

 

 

FONTE: MONEYTIMES

LINK: https://www.moneytimes.com.br/shein-acabara-com-acoes-de-varejo-no-brasil-saiba-separar-oportunidades-do-risco/