A EXAME realizou nesta terça-feira, 28, uma live sobre os resultados da pesquisa "Como está a sua Agenda ESG?", fruto de uma parceria entre o Pacto Global da ONU no Brasil e as consultorias Falconi e Stilingue. Renata Faber, head de ESG da EXAME, mediou a conversa, que contou com as presenças de Viviane Martins, CEO da Falconi; Ana Bavon. CEO e head de estratégia da B4People Cultura Inclusiva; Camila Valverde, COO e diretora da frente de impacto do Pacto Global da ONU no Brasil; e Thiago Gonçalves, diretor da Stilingue.
Viviane Martins explicou que o pilar G (de governança) é responsável por estruturar e regular o poder e a gestão dentro das empresas por meio de ferramentas como transparência e responsabilidade corporativa. Fatores como esses permeiam a tomada de decisão e devem ser considerados para gerar um impacto positivo entre todos os stakeholders de um negócio.
Quando perguntada sobre os desafios no setor social, Ana Bavon comentou que é necessário perceber as estruturas sociais ligadas aos grupos subrepresentados e assumir – além de entender – que existem desigualdades, abismos sociais e impedimentos de acesso e ascensão para pessoas negras e PCD, por exemplo
“O mais desafiador quando pensamos em impacto social, neste momento, é pensar em interconectar tudo que propomos em ESG. Quando falamos sobre meio ambiente ou governança, pensamos, primordialmente, em impacto social. Quando pensamos em tendências para 2023 conectadas ao social, falamos necessariamente de diversidade, equidade e inclusão”, observou Bavon.
Sobre o tema mudanças climáticas, Valverde comentou que o Pacto Global da ONU no Brasil conta com o Movimento Ambição Net Zero, que é um convite para que as empresas assumam compromissos com mudanças climáticas. Para a executiva, é importante que os negócios entendam as ameaças que eventos como secas e chuva intensas podem gerar para as empresas e que o caminho para melhores resultados é pensar na mitigação dos impactos e adaptação das estratégias.
“O que se percebe é que as empresas, hoje, têm um leque grande de comportamento. Algumas empresas estão no auge, ou seja, são comprometidas com a redução das emissões com metas científicas e globais. Mas tem no outro extremo uma quantidade grande de companhias que sequer fizeram seus primeiros inventários de gases do efeito estufa", falou Valverde.
Já Gonçalves trouxe alguns dados de uma pesquisa da Stilingue que afirma que, neste ano, o termo ‘ESG’ teve 109 mil menções nas redes sociais, enquanto que em 2019, o termo contava com apenas 4 mil menções.
“Embora tenha um crescimento sustentável e representativo ano contra ano, a representatividade total das temáticas ESG nas conversas não se tornou tão grande. Porque o assunto ainda não furou a bolha, é muito discutido nas redes por portais de notícia e páginas corporativas, mas está faltando gerar maior engajamento da sociedade com o assunto”, concluiu Gonçalves.
Por onde começar
Ao final da live, os convidados comentaram sobre o que as empresas e líderes podem fazer para aplicar o ESG ao negócio. Segundo Martins, é necessário traçar uma matriz de materialidade que, em outras palavras, é a forma com que um setor ou empresa pode mapear quais são os riscos “core” do negócio.
Já para Valverde, outro caminho possível é pensar na integração e buscar trabalhar um dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) definidos pela ONU de cada vez para ir escalonando aos poucos conforme a empresa for amadurecendo nas práticas ESG e, assim, ir abraçando novos objetivos.
FONTE: EXAME
LINK: https://exame.com/esg/quais-sao-as-tendencias-esg-para-2023/