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Decisões do Fomc e Copom, emprego nos EUA e resultados de Petrobras (PETR4) e Bradesco (BBDC4): o que acompanhar na semana

Segunda, 02 Maio 2022

Após uma forte queda do Ibovespa em abril, levando ao pior mês para o mercado acionário brasileiro desde março de 2020, início da pandemia, a primeira semana de maio será bastante movimentada. A “super-quarta” (4), com as decisões de política monetária do Federal Open Market Committee (Fomc) do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, é o grande destaque.

No caso do Copom, os economistas esperam que o Banco Central eleve a Selic para 12,75% na próxima reunião, com destaque para a sinalização dos próximos passos do comitê. Apesar da percepção de que o ciclo de aperto se aproxima do fim, não é descartado que o Comitê mantenha a porta aberta para uma alta mais prolongada da taxa básica à medida em que a inflação segue em nível incompatível com a meta.

Assim, tão importante quanto a decisão será o comunicado do BC após o anúncio. “O comitê deverá indicar um ajuste adicional moderado em sua próxima reunião [de junho], mantendo a flexibilidade, reafirmando que o balanço de riscos para a inflação é assimétrico e que suas próximas decisões estarão condicionadas à evolução da atividade econômica, ao balanço de riscos e às projeções de inflação e expectativas para o horizonte de política monetária relevante” diz análise do Itaú.

O tom do Copom nessa mensagem pode sinalizar até quando os juros devem continuar subindo. Alguns analistas já preveem Selic terminal acima de 14%, visto os últimos dados de inflação. O IPCA-15 de abril, por exemplo, teve sua maior variação mensal (1,73%) em quase 30 anos. “Entendemos que o Banco Central deixará suas decisões futuras condicionadas à evolução do cenário, sem se comprometer, por enquanto, com o encerramento desse ciclo de alta”, diz análise do Bradesco.

Do lado da atividade, a produção industrial de março será divulgada na terça-feira (3), com projeção do Itaú de alta de 0,5% na base mensal, com desempenhos distintos entre os setores. O índice de atividade do Banco Central (IBC-Br), para fevereiro, conhecido como prévia do PIB, será revelado na segunda-feira (2), com expectativa do Itaú de alta de 0,4% na base de comparação mensal.

Em relação à inflação, o IGP-DI de abril será publicado na sexta-feira (6). Sobre o setor externo, a balança comercial de abril será divulgada na segunda-feira. No mesmo dia, o Banco Central publicará sua pesquisa Focus, com a mediana das expectativas do mercado para diversos indicadores relevantes. Nas últimas semanas, a divulgação desta pesquisa havia sido interrompida por conta da paralisação no BC. Sobre isso, cabe ressaltar que os servidores do Banco Central decidiram retomar a greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça, após suspensão de 20 de abril a 2 de maio em uma tentativa de avançar nas negociações com a diretoria da autarquia e com o governo.

Dados de produção e emplacamento de veículos também devem ser divulgados esta semana.

Já na frente política, o Itaú ressalta que a Câmara pode votar o PL 2564, que estabelece um piso salarial nacional
para enfermeiros e outros profissionais de saúde, e tem um impacto fiscal considerável para os governos regionais, de cerca de R$ 16 bilhões por ano.

No exterior, como citado acima, as atenções ficam voltadas para a decisão de política monetária nos EUA. O Fomc deve acelerar o passo de ajuste da política monetária e elevar os juros em 0,5 ponto percentual em meio à persistência da inflação. Além da decisão, os mercados devem acompanhar de perto a coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell, após sinalizações mais duras sobre os juros feitas no final do mês passada por ele e que impactaram o mercado.

A medida preferida de inflação do Fed, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu 0,3% em março e veio praticamente em linha com o mercado.

A perspectiva sobre os juros globais ainda deve ser impactada pela decisão do Bank of England (BoE), na quinta-feira (5), com expectativa de alta de 1 ponto percentual dos juros, enquanto o mercado também deve reagir a uma agenda pesada de dados de atividade.

Os maiores destaques ficam o payroll, ou relatório de emprego, dos EUA de abril, que fechará a semana na sexta, sendo que o ADP de abril, com dados do setor privado, será divulgado na quarta.

“Esperamos outro dado forte de emprego em abril. Para as folhas de pagamento, projetamos um aumento de 450 mil vagas e um aumento de 425 mil nas folhas de pagamento privadas. (…) A folga limitada do mercado de trabalho e a forte demanda por mão de obra devem resultar em ganhos médios por hora crescendo 0,5% no mês, ou 5,6% no comparativo anual. Também projetamos que as horas semanais médias sejam mantidas em 34,6. A taxa de desemprego deve cair um décimo, para 3,5%”, aponta o Bank of America.

Já a China, onde o governo promete medidas para proteger a economia dos efeitos da Covid-19, divulga dados de PMIs no dia 4, com sinais sobre a atividade econômica no gigante asiático.

 

FONTE: FOLHAMAX