O setor de serviços do Brasil voltou a contrair em agosto devido à fraqueza da demanda e a atividade atingiu o nível mais fraco em um ano e meio, de acordo com a a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira.
O PMI de serviços do Brasil caiu em agosto a 46,8, de 50,4 em julho, voltando a ficar abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração, informou o IHS Markit.
O nível mais baixo desde fevereiro de 2017 foi registrado, de acordo com os entrevistados, devido a forte competição, questões políticas e demanda fraca.
A entrada de novos trabalhos aumentou apenas marginalmente em julho, no segundo ritmo mais fraco no atual período de oito meses de crescimento.
De acordo com o IHS Markit, as empresas que registraram novos negócios citaram esforços de propaganda e aumento da base de clientes, enquanto as que tiveram redução citaram como motivos a competitividade, a demanda fraca, os investimentos baixos e a crise política.
O cenário entre os fornecedores de serviços continuou sendo de corte de empregos pelo 42º mês seguido em agosto, como uma tentativa de reduzir os custos.
Isso porque no mês passado os custos dos insumos permaneceram elevados, com destaque para os preços de alimentos, combustíveis, pneus e dos salários. Houve ainda relatos de uma carga tributária mais pesada e da fraqueza cambial. Como resultado, alguns fornecedores de serviços elevaram seus preços cobrados.
Ainda assim, o sentimento entre os empresários se fortaleceu em agosto, com os entrevistados vendo perspectivas melhores de crescimento após as eleições presidenciais de outubro.
Planos de reestruturação, investimento, propaganda e perspectivas de melhora da demanda também foram fatores por trás da melhora do otimismo.
A fraqueza de serviços compensou o avanço da indústria e o PMI Composto do Brasil atingiu em agosto o segundo patamar mais baixo em um ano e meio ao cair para 47,8, de 50,4 em julho.
“Um elemento importante nos últimos resultados foi o cenário doméstico melhor, com foco nas mudanças das questões políticas. As empresas estão esperando as eleições, prevendo então uma trajetória mais clara para as políticas de governo que possam sustentar os investimentos e o crescimento econômico”, avaliou a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima.
Fonte: Exame