O STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspendeu o plano de recuperação judicial do Grupo Metodista, que havia sido aceito em maio deste ano pelo TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul). De acordo com o ministro Raul Araújo, o planejamento da instituição para seguir funcionando enquanto salda as dívidas não atende às condições legais para obtenção do benefício e traria prejuízo aos credores. A universidade disse que vai recorrer da decisão.
“O prosseguimento da recuperação judicial dos requeridos, com a consequente suspensão de todas as ações e execuções contra as entidades que compõem o denominado Grupo Metodista, que em princípio não atenderiam às condições legais para a obtenção do benefício legal, ensejaria situação injusta e verdadeiro periculum in mora (perigo na demora) às avessas, em vista dos evidentes prejuízos aos inúmeros credores”, escreveu o ministro.
O plano de recuperação judicial é alternativa para evitar que uma empresa com dificuldade financeira decrete falência. O processo permite que a companhia endividada consiga prazo maior para continuar operando enquanto realiza as negociações com os credores. No caso da Metodista, as dívidas acumuladas com os funcionários chegam a R$ 500 milhões.
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Outro ponto que preocupa o sindicato é a proposta do Grupo Metodista de se desfazer de imóveis para pagar as dívidas. Em julho, a universidade colocou à venda o prédio do campus Vergueiro, em São Bernardo, que ocupa terreno de 13.379,80 metros quadrados de área total e 6.289,51 metros quadrados de área construída e foi avaliado em R$ 66,9 milhões, que correponde a 13,2% da dívida. “O plano não tem condição financeira de se sustentar. Efetivamente, ele não é viável no aspecto econômico”, destaca o advogado Rodrigo Valente Mota, que trabalha para o sindicato.
Histórico
Atualmente, o sindicato explica que todos os trabalhadores – tanto os ativos quanto os já demitidos – sofrem algum atraso de pagamento.
Outro lado
Em nota, a Educação Metodista informou que trabalha “para modificar a decisão provisória tomada por um ministro do STJ isoladamente”. “Já existem decisões favoráveis à recuperação judicial de associações e a Educação Metodista está segura de que este é o melhor caminho para reestruturar suas instituições de ensino, que há 140 anos promovem impacto socioeconômico por meio da educação no Brasil”. A Metodista informa que assegura proteção aos credores e a continuidade das atividades educacionais.
FONTE: DIARIODOGRANDEABC