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Rodrigo Abreu fala sobre a Oi, o setor e distopia

Sexta, 17 Setembro 2021

“Em telecom, de monotonia, ninguém morre. Ainda mais na Oi.” A brincadeira de Rodrigo Abreu, presidente da telecom, mas é a mais pura verdade. Desde que assumiu a companhia, em 2019, ele traçou um plano que vai transformar a empresa em uma prestadora pura de serviço aos clientes, leve em ativos, após vendas que movimentaram quase R$ 30 bilhões.

Associado a um negócio puro voltado ao consumidor final, a companhia vai manter uma participação minoritária em uma grande companhia com sua atual infraestrutura de rede, a V.tal. “A valorização dessa empresa, e da participação da Oi nela, é que vai permitir a desalavancagem final e a execução do nosso plano de longo prazo.” Quando entrou com pedido de recuperação judicial, em 2016, a tele tinha R$ 64 bilhões em compromissos. É o maior processo desse tipo já realizado no Brasil.

A participação final na V.tal deve ficar em 42%. O fundo soberano de Cingapura, GIC, acabou de anunciar que vai aportar R$ 2,2 bilhões para entrar no fundo do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) que reúne os investidores que adquiriram o controle da operação de fibra.

Rodrigo Abreu tem mais de 30 anos de experiência no setor de telecomunicações, com posições de presidente acumuladas em diversas empresas. Já foi Promon, Nortel, Cisco, TIM e conduz agora na Oi não só a última etapa do plano de recuperação judicial como a implantação de uma estratégia que torna a maior rede do país neutra.

Para executar o plano, Abreu fez o investimento anual da Oi aumentar de menos de R$ 5 bilhões ao ano para mais de R$ 7,5 bilhões, em 2019 e 2020. Com isso, acelerou o projeto de fibra. A rede hoje chega a 2.300 municípios do país. “Sem crescer, uma empresa de telecom se torna inviável. Se a operação não tiver escala, o negócio se torna altamente ineficiente.”

 

FONTE: EXAME IN