A produção nacional de grãos cresceu 210% nos últimos 20 anos, frente aos 60% da média mundial, levando o Brasil ao posto de segundo maior exportador no ano passado, quando as commodities agrícolas atingiram recordes históricos de preços.
Ao longo de 2020, aliás, o agronegócio contribuiu com quase 2 trilhões de reais para o produto interno bruto brasileiro, alcançando 26,6% de todas as riquezas geradas pelo país. Foi um crescimento e tanto em relação a 2019, quando o setor representou 20,5% do PIB.
Acompanhando esses números, o perfil do agronegócio vem passando por transformações nessas duas décadas. Grandes proprietários rurais e empresas familiares, por exemplo, vêm buscando investir em profissionalização e governança para alcançar novos patamares.
Muito próxima a esse movimento, a Potenza Investimentos está lançando uma célula 100% dedicada ao agronegócio e, com isso, torna-se o primeiro escritório com sede em São Paulo a conectar o setor ao mercado financeiro.
Para capitanear essa operação pioneira, a Potenza dedicou o sócio Vinicius Vargas, ex-Bloomberg e BRA Agroquímica, como conselheiro nas operações do mercado de capitais das empresas da família dedicadas ao agronegócio.
“A proposta de nossa célula Agro é prover o acesso ao mercado de capitais para o cliente da economia rural, através da experiência Potenza de atendimento: com visão 360 graus, transparência e buscando o relacionamento de longo prazo”, diz Vinicius Vargas. “Em outras palavras, vamos conectar diretamente o campo à Faria Lima de forma simplificada”.
Soluções 360 graus
À frente da célula agro, Vargas conta com a retaguarda de Gabriel Rodrigues e Rafael Bianchi, respectivamente o CEO e o CIO da Potenza, e da sócia especializada no agronegócio Brunna Viana.
“Com a proximidade aos nossos clientes do agro, identificamos que muitos não conheciam oportunidades e operações que os ajudariam a mudar seu negócio de patamar através do mercado de capitais. Nossa proposta foi trazer o que os bancões e as cooperativas não tinham interesse em mostrar, como estruturação de crédito de longo prazo, com custo menor, por meio do instrumento de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)”, aposta Gabriel Rodrigues.
Vida no campo
Não à toa, esse time vem percorrendo as estradas do interior de São Paulo, Goiás e sul de Minas Gerais, além das regiões Centro-Oeste e Sul, conferindo no campo a realidade e os objetivos desse empresário para identificar e apresentar o desenho de soluções a toda cadeia do agro – da produção de grãos à estocagem, da logística aos desafios da pecuária.
Esse portfólio abrange cinco pilares:
1. Gestão eficiente da liquidez financeira: com recursos de curto, médio e longo prazos do caixa da empresa;
2. Proteção financeira, por meio de operações de hedge, em que se pode travar o preço do grão que está plantado, antes do momento da venda e também diante de variação de cambial para o caso de exportadores;
3. Acesso ao mercado de capitais, com operações de M&A (fusões e aquisições) e estruturação de dívida de longo prazo que ajude no crescimento e planejamento do empresário;
4. Suporte na estruturação de fundos ligados ao agro, os Fiagro, cuja regulamentação provisória estabelecida em agosto já permite a aplicação em ativos agrícolas, como compra de terras, por exemplo; e
5. Soluções de wealth planning, ou seja, planejamento sucessório e eficiência tributária, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica;
“A ideia aqui é mostrar ao produtor – que toma empréstimo para capital de giro num banco de varejo, com prazo curto e taxa muito alta – a chance de poder estruturar e alongar essa dívida por meio de outros instrumentos”, diz Brunna Viana. “Isso abriu um leque de oportunidades, porque ele pode usar como garantia tanto as terras como os recebíveis e alongar a dívida e viabilizar seus projetos.”
FONTE: EXAME