A Febraban divulgou nota na tarde desta segunda-feira na qual afirma que o manifesto “A Praça é dos Três Poderes” é fruto “de elaboração conjunta de representantes de vários setores, inclusive o financeiro”. A entidade também nega ter sugerido outra versão ou ter participado da elaboração de texto com ataques ao governo.
De acordo com a federação de bancos, a iniciativa do manifesto partiu da Fiesp e o texto foi submetido à governança da Febraban, que o aprovou. “Nenhum outro texto foi proposto e a aprovação foi específica para o documento submetido pela Fiesp. Sua publicação não é decisão da federação dos bancos”, diz na nota.
As declarações vêm pouco depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter afirmado que a Febraban alterou o manifesto pela pacificação política para transformá-lo num ataque ao governo.
Na versão à qual o Valor teve acesso, nenhuma autoridade é citada nominalmente. O manifesto faz apenas uma defesa da pacificação política para que o Brasil volte a crescer e a gerar empregos. No entanto, o governo avalia que o país já está crescendo e, portanto, essa seria uma crítica descabida. O incômodo com o manifesto levou Caixa e Banco do Brasil (BB) a decidir sair da Febraban.
Leia a íntegra a seguir a íntegra da nota divulgada pela Febraban:
“Nota de Esclarecimento da Febraban
O manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e apresentado na última quinta-feira às entidades empresariais com prazo de resposta até 17 horas da sexta-feira, é fruto de elaboração conjunta de representantes de vários setores, inclusive o financeiro, ao longo da semana passada. Desde sua origem, a Febraban não participou da elaboração de texto que contivesse ataques ao governo ou oposição à atual política econômica. O conteúdo do manifesto pedia serenidade, harmonia e colaboração entre os Poderes da República e alertava para os efeitos do clima institucional nas expectativas dos agentes econômicos e no ritmo da atividade.
A Febraban submeteu o texto a sua própria governança, que aprovou ter sua assinatura no material. Nenhum outro texto foi proposto e a aprovação foi específica para o documento submetido pela Fiesp. Sua publicação não é decisão da federação dos bancos. A Febraban não comenta sobre posições atribuídas a seus associados.”
FONTE: VALORINVEST