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Após bater R$ 4,12 e sequência de 7 altas, dólar opera em queda nesta sexta

Sexta, 24 Agosto 2018

O dólar abriu em queda nesta sexta-feira (24), após ter fechado em alta por 7 pregões consecutivos, com suporte do recuo da moeda norte-americana no exterior, mas com a eleitoral brasileira ainda no foco dos investidores.

Às 9h53, a moeda norte-americana caía 0,92%, vendida a R$ 4,0844. Veja mais cotações

Na véspera, o dólar fechou em alta de 1,71%, a R$ 4,1222, no maior patamar em quase 3 anos. A última vez que o dólar havia fechado acima de R$ 4,12 foi em 23 de setembro de 2015 (R$ 4,1455), segundo o ValorPro. O dólar turismo, sem a cobrança de IOF, fechou a R$ 4,30. Nas casas de câmbio, porém, a moeda chegou a ser negociado acima dos R$ 4,50.

Desde o início do ano, a moeda dos EUA acumula avanço de mais de 24% contra o real. A tendência de alta, que havia perdido fôlego a partir de junho, voltou em agosto em meio às incertezas eleitorais e ao cenário externo menos favorável, fazendo o dólar saltar do patamar de cerca de R$ 3,70 para o atual de R$ 4.

Na cena externa, as atenções do dia estão voltadas para o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, após o presidente Donald Trump ter dito que não estava "animado" com a elevação das taxas de juros no país.O que tem feito o dólar subir
A disparada do dólar, que voltou a romper a barreira dos R$ 4 após 2 anos e meio, acontece em meio às incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.

Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram uma fraqueza de candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado. Além disso, o nervosismo gera maior demanda por proteção, o que pressiona o real. Exportadores, empresas com dívidas em dólar e turistas preocupados correm para comprar e ajudam a elevar o preço da moeda americana.

Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes.

"É o conjunto da obra. Problemas lá fora, China e Estados Unidos, eleição no Brasil e ainda o fator especulação", afirmou à Reuters o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

A visão dos analistas é de que o nervosismo tende a continuar e que o mercado irá ficar testando novas máximas até achar um novo piso ou até que se tenha uma maior definição da corrida eleitoral.

O que tem feito o dólar subir
A disparada do dólar, que voltou a romper a barreira dos R$ 4 após 2 anos e meio, acontece em meio às incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.

Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram uma fraqueza de candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado. Além disso, o nervosismo gera maior demanda por proteção, o que pressiona o real. Exportadores, empresas com dívidas em dólar e turistas preocupados correm para comprar e ajudam a elevar o preço da moeda americana.

Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes.

"É o conjunto da obra. Problemas lá fora, China e Estados Unidos, eleição no Brasil e ainda o fator especulação", afirmou à Reuters o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

A visão dos analistas é de que o nervosismo tende a continuar e que o mercado irá ficar testando novas máximas até achar um novo piso ou até que se tenha uma maior definição da corrida eleitoral.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de setembro, no total de 5,255 bilhões de dólares. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Apesar da forte valorização do dólar nos últimos dias, a avaliação de analistas é de que o Brasil está mais preparado do que outros países emergentes para enfrentar turbulências no câmbio, e que não há, até o momento, falta de liquidez ou fuga de dólares do país.

Dados do Banco Central mostram que, na parcial de agosto, até o dia 17, houve retirada de US$ 2,476 bilhões do país. No acumulado no ano, entretanto, o saldo ainda é positivo, com uma entrada líquida de US$ 25,951 bilhões.

Espécie ou cartão?
A principal recomendação dos especialistas continua sendo comprar aos poucos, em datas espaçadas para tentar diluir os riscos.

Para quem não se planejou e precisa comprar dólares de última hora, financeiramente é mais vantajoso pagar pela moeda em espécie, pelo fato de a alíquota do IOF para o cartão pré-pago ser mais alta (6,38% contra 1,1%).

Mas é preciso ter em mente que carregar apenas dinheiro em espécie envolve alguns riscos: o de perda ou roubo e também o precisar de uma quantia maior do que a disponível. No cartão pré-pago, é possível congelar o montante perdido e solicitar um novo cartão (ou sacar o dinheiro) e fazer novas recargas a qualquer momento.

Outra opção é usar o cartão de crédito, que também tem alíquota de IOF de 6,38%. "A diferença é que no cartão pré-pago a cotação é congelada já no momento da carga, enquanto no cartão de crédito vai depender da cotação na data de fechamento ou pagamento da fatura", explica Mathias Fischer, diretor da MeuCâmbio.com.br. Assim, se o dólar subir entre a data da compra e a do pagamento da fatura, a conta pode sair mais cara no crédito (e vice-versa).

"Se a pessoa já marcou (a viagem), já está indo, não tem o que fazer. Normalmente a solução mais adequada é levar um misto dos dois, dinheiro em espécie e cartão, para diluir os riscos. Mas se ela tem tempo de se programar, o ideal é ir comprando aos poucos", diz o planejador financeiro Valter Police, diretor da Academia FIDUC.

 

Fonte: G1