A juíza da 1ª Vara Cível de Cuiabá do Tribunal de Justiça (TJMT), Anglizey Solivan de Oliveira, determinou o encerramento do processo de recuperação judicial da Reprikids Comércio de Confecções e Brinquedos – uma rede de lojas de roupas, brinquedos e artigos infantis, que chegou a ter 4 lojas entre as cidades de Cuiabá e Várzea Grande, na região metropolitana. Com a medida, a organização deixa de ter a “tutela” da Justiça em seus negócios, uma vez que superou seu momento de crise, conseguindo pagar credores de curto e médio prazo.
Após o fim do processo, a administradora judicial dos autos – espécie de “auxiliar” do Poder Judiciário no levantamento de credores, organização dos atos inerentes à recuperação, como a assembleia geral de credores e outros -, deve apresentar um relatório de prestação de contas. Débitos de longo prazo, ou demais impugnações dos cobradores de dívidas, agora, passam a tramitar na 1ª Vara Cível como processos autônomos.
Segundo informações dos autos, a Reprikids iniciou suas atividades em 2007 no segmento infantil, na venda de roupas, brinquedos e acessórios. A organização, porém, reclama que a concorrência com redes de varejo que começaram a atuar na Baixada Cuiabana acabou prejudicando os negócios.
“Relata que em 2007, após a abertura da empresa no segmento infantil, foi feita a captura de recursos junto a instituições financeiras e conseguiram expandir o negócio, porém depois de certo tempo a concorrência de grandes magazines a afetaram demasiadamente nas vendas mensais, prejudicando o fluxo de caixa”, relata a organização nos autos.
A Reprikids também reclama das obras da Copa do Mundo de 2014, na qual Cuiabá abrigou 4 jogos da fase de grupos. O estabelecimento comercial se queixou de que a “poeira”, e os “desvios de tráfegos” nas ruas e avenidas em razão dos projetos de mobilidade urbana, “afugentaram” os clientes.
“Afirma ainda, que as obras da copa contribuíram para sua estagnação, posto que os clientes foram afugentados pela poeira, desvios do tráfego por mais de um ano, e as despesas com os colaboradores continuaram. Além desses fatores, as empresas foram atingidas na elevação das altas taxas de juros impostas nas operações de créditos, bem como pela política institucional das instituições bancárias de oferecerem créditos na modalidade de empréstimos”.
O encerramento do plano de recuperação judicial pode ser considerado como um “final feliz” para uma empresa em crise, uma vez que, caso a organização não fosse capaz de honrar seus débitos, a Justiça decretaria sua falência.
FONTE: FOLHAMAX