Notícias

Justiça decreta falência de empresa de ônibus após 34 anos em MT

Terça, 13 Julho 2021

O juiz da 4ª Vara Cível de Rondonópolis (216 KM de Cuiabá), Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento, decretou a falência da Expresso Rubi, empresa que prestava o serviço de transporte rodoviário de passageiros em Mato Grosso há 34 anos. Somente os credores da organização, que se encontrava em recuperação judicial desde 2019, cobram dívidas de R$ 6,9 milhões.

A Rubi, porém, tinha outras pendências, como um débito com o Poder Público de R$ 4,6 milhões. A decisão do juiz é da última quinta-feira (8).

Segundo informações dos autos, a empresa não pagou a administradora judicial que auxiliava os trabalhos da Justiça no processo de recuperação.

Além disto, teria fechado as portas sem comunicar o Poder Judiciário. “O princípio da preservação da empresa não deve ser utilizado para permitir o inadimplemento e a desídia da recuperanda, já que não demonstrou a sua boa-fé em cumprir os compromissos assumidos, fechando suas portas de forma totalmente alheia ao feito recuperatório, sem sequer comunicar o Juízo ou a Administração Judicial. Há que se registrar a ausência de comprometimento, inclusive, com o pagamento da remuneração da auxiliar do Juízo, o que justifica, ainda mais, a convolação pretendida”, analisou o juiz.

Com a decretação de falência, a empresa fica proibida de dispor de qualquer bem que lhe pertença, fazendo com que este fique à disposição da Justiça e dos credores que buscam o pagamento de suas dívidas. Débitos trabalhistas também serão julgados pela Justiça do Trabalho, após a apuração dos valores devidos.

No processo de recuperação judicial, a Expresso Rubi conta que iniciou suas atividades no ano de 1987, realizando o transporte de passageiros nas linhas Cuiabá x Chapada dos Guimarães e Rondonópolis x Chapada dos Guimarães – trajetos que possuem grande demanda por transporte rodoviário no Estado. A empresa conta, no entanto, que um acidente ocorrido no ano de 2002, e que deixou 12 pessoas mortas, acarretou em reflexos financeiros negativos que perduraram até os dias de hoje.

A Expresso Rubi lembra que teve que pagar indenizações e despesas médicas por conta do sinistro. Anos mais tarde, em 2007, um novo revés atingiu a empresa de transporte rodoviário de passageiros, com o fim da concessão de algumas linhas onde prestava o serviço.

Dez anos mais tarde veio o golpe de misericórdia na Expresso Rubi – sem caixa para renovar sua outorga, a organização acabou perdendo as linhas Cuiabá x Chapada dos Guimarães e Rondonópolis x Chapada dos Guimarães, fazendo com que ela perdesse 45% de sua receita, e demitisse 30 funcionários.

 

FONTE: FOLHAMAX