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Reserva de ações da dona do EspaçoLaser termina amanhã. Vale investir na oferta?

Terça, 26 Janeiro 2021

Termina amanhã (27) o período de reserva para pequenos investidores comprarem ações da MPM Corpóreos, dona da EspaçoLaser Depilação, antes da estreia na bolsa, prevista para a próxima segunda-feira (1º), com o código ESPA3.

A companhia é a maior empresa de depilação a laser do Brasil em número de lojas e clientes atendidos, está no ramo há 16 anos e conta com 554 unidades em todos os estados do país. No ano passado, até setembro, a empresa faturou R$ 952 milhões.

A casa de análises independente Eleven Financial recomenda participar da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) e afirmou, em relatório, que é um "IPO de arrepiar". Segundo a casa, o preço da ação tem previsão de subir e que há um desconto nos múltiplos, ou seja, nos indicadores para avaliar se um papel vale a pena.

"Gostamos bastante do histórico de crescimento com boa rentabilidade apresentados, que traz mais visibilidade sobre a capacidade de execução da empresa nos próximos anos", dizem os analistas. Eles também afirmam que veem a Espaçolaser como um ativo diferenciado dentro seu setor de atuação, que na posição de liderança poderá se beneficiar ainda mais das tendências crescentes de cuidado com o corpo e com o bem-estar.

De acordo com a Eleven, as principais oportunidades estão ligadas à baixa penetração da depilação a laser dentro de um mercado muito robusto no Brasil, que é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais no mundo.

Mais sobre o IPO

A oferta é primária, quando são emitidas novas ações e o dinheiro vai para o caixa da companhia, e secundária, quando são vendidas ações já existentes e o dinheiro vai para o bolso dos acionistas vendedores.

Com o dinheiro captado na oferta primária, a empresa planeja adquirir participação societária remanescente em sociedades controladas da MPM Corpóreos, mediante o exercício das opções de compra de ações que possui. Também pretende adquirir dez sociedades franqueadas da companhia, que possuem um total de 78 franquias, entre outras iniciativas de expansão.

Na oferta secundária, os acionistas vendedores são o Magnólia FIP, a SMZXP Participações e mais três acionistas pessoas físicas.

Para fazer a reserva de ações da empresa, basta o investidor avisar a corretora quantos papéis gostaria de comprar no IPO e por qual preço. O valor mínimo para participar da primeira venda de ações da empresa é de R$ 3 mil, e o máximo, de R$ 1 milhão.

A dona da EspaçoLaser estabeleceu o intervalo indicativo de preço por ação entre R$ 15,90 e R$ 19,90. Nas ofertas de ações, as companhias e os bancos coordenadores testam uma faixa de preço. Se a venda acontecer no valor mais alto, significa que a demanda pelos papéis foi grande. Já se a venda acontecer no valor mais baixo, significa que a demanda pelos papéis foi pequena.

O valor será fixado nesta quinta-feira (28). Considerando o preço médio da faixa, de R$ 17,90, e a oferta de 122.556.860 ações — sendo 67.039.106 papéis em oferta primária e 55.517.754 ações em oferta secundária — a empresa pode levantar R$ 2,2 bilhões. Podem ainda ser ofertados 19.447.168 papéis em um lote adicional e 18.383.529 ações em um lote suplementar, se houver demanda. Nesse caso, a MPM Corpóreos pode levantar R$ 2,9 bilhões.

A oferta será coordenada por Itaú BBA, Santander e Goldman Sachs.

Cuidados para investir

Investir em IPO é cilada se o investidor não entender a fundo o que está comprando, segundo analistas. Na avaliação deles, em geral, é mais seguro comprar ações de empresas já listadas, porque as companhias tendem a ter mais histórico de números e a se comunicar melhor com o mercado.

Mas há boas (só que mais raras) oportunidades nas ofertas para quem estiver disposto a estudá-las com atenção. Empresas que estreiam na bolsa são como "small caps", termo em inglês usado para se referir a ações de empresas consideradas menores quando comparadas às gigantes da bolsa.

Por estarem ingressando no mercado, essas companhias podem ter um futuro promissor pela frente, com alto potencial de crescimento e bom retorno para os acionistas. Muitas delas são inovadoras ou atuam em setores ainda não consolidados. E a vantagem de investir no IPO é a chance de conseguir um preço ainda mais barato pela ação.

Por outro, pode ser uma aventura de dar frio na barriga. Isso porque são ações que apresentam maior risco e volatilidade, além de terem menor volume de negociações na bolsa, ou seja, pode ser difícil vender os papéis sem ter que "dar desconto". Isso faz com que essas ações sejam mais indicadas para quem pode deixar o dinheiro investido em longo prazo.

Da mesma forma que podem ter um ótimo crescimento, isso pode simplesmente não acontecer, e o investidor pode perder muito dinheiro. Analistas aconselham só participar de IPOs de companhias de setores totalmente novos na bolsa, ou cujas ações estão mais baratas do que as das concorrentes já listadas.

É preciso conhecer as perspectivas para o setor, como a empresa ganha dinheiro, quais são as suas vantagens competitivas e quais são os riscos para o seu negócio. Para saber se o papel está barato na oferta, é preciso analisar múltiplos como o preço sobre o lucro.

Nada disso é simples. Os analistas levam dias para avaliar se vale a pena participar do IPO de uma empresa. Casas de análises como a Levante, a Suno Research e a Eleven Financial produzem relatórios pagos com essas avaliações para pequenos investidores.

Fonte: Valor Invest.