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Reserva de ações da Bemobi, empresa de aplicativos, começa hoje

Sexta, 22 Janeiro 2021

Começa nesta sexta-feira (22) o período de reserva para pequenos investidores comprarem ações da Bemobi Mobile Tech antes da estreia na bolsa, prevista para 10 de fevereiro, com o código BMOB3. O período de reserva termina em 5 de fevereiro.

A companhia foca na distribuição e monetização de aplicativos, games e serviços digitais móveis para países emergentes. A empresa afirma ter serviços integrados e em operação com 70 operadoras de telefonia móvel ao redor do mundo.

Em setembro, a Bemobi tinha 34,6 milhões de assinantes distribuídos em 37 países e mais de 2,2 bilhões de usuários, somando os usuários de telefonia móvel de todas as operadoras com as quais tem contrato.

“Nosso negócio é baseado em um modelo inovador de assinaturas de custo reduzido que possui aderência à realidade da maior parte da população brasileira e de outros países emergentes de perfil semelhante. Operamos em um modelo B2B2C, viabilizando a cobrança de nossos serviços através do crédito pré-pago e/ou contas pós-pago do serviço de telefonia móvel”, diz a companhia no prospecto.

Nos nove primeiros meses de 2020, a empresa teve receita de R$ 108,2 milhões, queda de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido foi de R$ 28,5 milhões, com expansão de 0,7%.

A oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) é primária, quando são emitidas novas ações e o dinheiro vai para o caixa da companhia, mas pode ser secundária também, quando são vendidas ações já existentes e o dinheiro vai para o bolso dos acionistas vendedores, se forem ofertados os lotes adicional e suplementar.

Com o dinheiro captado na oferta primária, a Bemobi planeja pagar obrigações decorrentes de reorganização societária (25,6%). Em setembro, a companhia comprou da sua controladora, a Bemobi Holdings, as empresas Bemobi International, Bemobi Ukraine e Open Markets, por R$ R$ 290,4 milhões. A Bemobi também pretende pagar dividendos devidos referentes a exercícios sociais passados (19,5%) e adquirir ativos (54,9% ).

A companhia é controlada pela Bemobi International, que detém 83,9% das ações e pode ver a participação cair para até 19,2% se forem exercidos os lote adicional e suplementar. Outro grande acionista é o presidente Pedro Santos Ripper, que tem 7,2% e pode ver a participação cair para 3%.

Para fazer a reserva de ações da empresa, basta o investidor avisar a corretora quantos papéis gostaria de comprar no IPO e por qual preço. O valor mínimo para participar da primeira venda de ações da Bemobi é de R$ 3 mil, e o máximo, de R$ 1 milhão.

A companhia estabeleceu o intervalo indicativo de preço por ação entre e R$ 17,60 e R$ 23,10. Nas ofertas de ações, as empresas e os bancos coordenadores testam uma faixa de preço. Se a venda acontecer no valor mais alto, significa que a demanda pelos papéis foi grande. Já se a venda acontecer no valor mais baixo, significa que a demanda pelos papéis foi pequena.

O valor será fixado em 8 de fevereiro. Considerando o meio da faixa indicativa, de R$ 20,35, e a oferta base de 49.732.622 ações, o IPO deve movimentar R$ 1 bilhão. Se forem ofertados os lotes adicional (9.946.524 ações) e suplementar (7.459.893 ações), o volume total da operação sobe para R$ 1,4 bilhão, ainda considerando o meio da faixa indicativa.

A operação é coordenada BTG Pactual, Morgan Stanley, XP Investimentos e Itaú BBA.

 

Cuidados para investir

Investir em IPO é cilada se o investidor não entender a fundo o que está comprando, segundo analistas. Na avaliação deles, em geral, é mais seguro comprar ações de empresas já listadas, porque as companhias tendem a ter mais histórico de números e a se comunicar melhor com o mercado.

Mas há boas (só que mais raras) oportunidades nas ofertas para quem estiver disposto a estudá-las com atenção. Empresas que estreiam na bolsa são como "small caps", termo em inglês usado para se referir a ações de empresas consideradas menores quando comparadas às gigantes da bolsa.

Por estarem ingressando no mercado, essas companhias podem ter um futuro promissor pela frente, com alto potencial de crescimento e bom retorno para os acionistas. Muitas delas são inovadoras ou atuam em setores ainda não consolidados. E a vantagem de investir no IPO é a chance de conseguir um preço ainda mais barato pela ação.

Por outro, pode ser uma aventura de dar frio na barriga. Isso porque são ações que apresentam maior risco e volatilidade, além de terem menor volume de negociações na bolsa, ou seja, pode ser difícil vender os papéis sem ter que "dar desconto". Isso faz com que essas ações sejam mais indicadas para quem pode deixar o dinheiro investido em longo prazo.

Da mesma forma que podem ter um ótimo crescimento, isso pode simplesmente não acontecer, e o investidor pode perder muito dinheiro. Analistas aconselham só participar de IPOs de companhias de setores totalmente novos na bolsa, ou cujas ações estão mais baratas do que as das concorrentes já listadas.

É preciso conhecer as perspectivas para o setor, como a empresa ganha dinheiro, quais são as suas vantagens competitivas e quais são os riscos para o seu negócio. Para saber se o papel está barato na oferta, é preciso analisar múltiplos como o preço sobre o lucro.

Nada disso é simples. Os analistas levam dias para avaliar se vale a pena participar do IPO de uma empresa. Casas de análises como a Levante, a Suno Research e a Eleven Financial produzem relatórios pagos com essas avaliações para pequenos investidores.

Fonte: Valor Invest.