A expectativa para a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), para este ano subiu de 4,21% para 4,35%, na 18ª correção semanal para cima. Pela segunda vez seguida, a projeção furou a meta de inflação a ser perseguida pelo Banco Central, que é de 4% em 2020.
Para o ano que vem, a estimativa de inflação foi mantida em 3,34%. A meta perseguida pelo BC é de 3,75% em 2021 e 3,50% para 2022, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
As expectativas estão no Boletim Focus, que é divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central e traz as expectativas do mercado para os principais indicadores econômicos do país.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 2% ao ano, mas o comunicado teve um tom mais duro e sinais de alerta com a inflação.
Segundo analistas, o Copom deixou evidente no comunicado a intenção de retirar o “forward guidance”, ou seja, uma "orientação futura" dada por uma autoridade monetária, e sinalizou para um início da subida de juros no ano que vem.
A inflação de agora, acima da meta, mas dentro do intervalo de tolerância, incomoda o seu bolso. Mas não é uma grande preocupação nas planilhas da autoridade monetária a ponto de motivar uma alta dos juros no curto prazo. O horizonte pelos próximos semestres, esse sim, não é dos melhores.
E a indicação de juros parados em 2% ao ano caminha para, "em breve", sair de seus comunicados.
"As últimas leituras de inflação foram acima do esperado e, em dezembro, apesar do arrefecimento previsto para os preços dos alimentos, a inflação ainda deve se mostrar elevada. Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue monitorando sua evolução com atenção, em particular as medidas de inflação subjacente", disse o Copom no comunicado.
Selic
Apesar do tom mais duro no comunicado do Copom, o mercado manteve a projeção para a Selic no fim de 2021 em 3% ao ano, mesma expectativa há três semanas.
PIB
A estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2020 caiu de -4,40% para -4,40%, vindo de um piso de -6,54% atingido no fim de junho.
Para 2021, a projeção foi mantida em 3,50%.
Dólar
A expectativa para o dólar no final deste ano caiu de R$ 5,22 para R$ 5,20. Para o ano que vem, a estimativa caiu de R$ 5,10 para R$ 5,03.
Fonte: Valor Investe