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ESG não é discussão passageira e nem mera tendência, diz presidente da CVM

Sexta, 11 Dezembro 2020

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários, Marcelo Barbosa, disse hoje que a agenda ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês) “não é uma discussão passageira, nem mera tendência”, mas algo já consolidado em mercados estrangeiros e no Brasil.

“O tema agora permeia todas as discussões do mercado, a maneira de se fazer supervisão. Não existe mais a possibilidade de não se levar em conta esses temas”, afirmou Barbosa. “O mercado, para ser competitivo, precisa ter um olhar atencioso para isso.”

O presidente da autarquia participou hoje da 10ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente, organizada pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).

A CVM abriu nesta semana audiência pública para atualizar a instrução 480, visando, principalmente, simplificar e racionalizar os dados contidos no formulário de referência, e aprimorar a prestação de informações relacionadas à agenda ESG.

“Não é papel do regulador exigir as medidas, mas sim regular a maneira como as informações são divulgadas. Queremos que os emissores expliquem o que adotam e o porquê para que elas possam vender suas qualidades e os investidores possam fazer suas análises de investimento”, explicou Barbosa, em sua apresentação.

O presidente da CVM também destacou a entrada neste ano de pessoas físicas no mercado de capitais. Segundo a B3, em novembro o número de CPFs na bolsa ultrapassou 3 milhões. Em agosto de 2017, quando Barbosa assumiu o cargo, eram em torno de 600 mil. “Essa entrada é algo muito bom, mas nos colocou o dever de pensar sobre quão nossas regras estão adequadas para proteger esse investidor, muitas vezes inexperiente e que precisa de uma educação básica.”

Nas recentes ofertas realizadas, disse o presidente, a participação de pessoas físicas apresentou crescimento. Se em 2017 — único ano que superou 2020 em volume de ofertas — a participação estrangeira era de quase dois terços, hoje o cenário “é quase o inverso”, disse Barbosa.

 

Fonte: Valor Investe