Fique de olho
Os índices futuros dos Estados Unidos rondam as máximas históricas renovadas no pregão de ontem, sem força para retomar a alta ou realizar lucros em meio a expectativas de termômetros do desempenho da economia, já que ao longo da manhã serão divulgados indicadores importantes nesse sentido (veja mais na agenda do dia).
"O mercado tem estado muito animado nos últimos dias, então é natural uma pausa para respirar e ver as próximas cenas", diz o gestor de ações da Infinity Asset, Victor Hasegawa.
A economia americana já vem dando sinais de que precisa de mais ajuda para se recuperar do tombo causado pela pandemia de covid-19 e, por isso, a expectativa em torno de um acordo em torno de um novo pacote de estímulos é imensa.
"Parece que os democratas estão dispostos a aceitar um valor menor do que eles estavam brigando anteriormente, que era em torno de US$ 2,5 trilhões e agora já se fala em aceitar algo próximo de US$ 1 trilhão. Isso pode dá um ânimo, um gás para o mercado lá fora, que está vendo os Estados Unidos perdendo o impulso, então essa ajuda fiscal é realmente necessária", diz Hasegawa.
Vale lembrar que os representantes do banco central americano (Federal Reserve, o Fed) vem reiteradamente fazendo apelos e pedidos de ajuda fiscal, já que apenas as ações da autoridade monetária não são capazes - sozinhas - de levantar a economia.
Na cena local, a busca também é por pistas sobre o ritmo de retomada da economia após um segundo trimestre desastroso. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga, às 9h, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre.
A expectativa mediana de instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data é de crescimento de 8,8% entre julho e setembro na comparação com os três meses anteriores, quando o PIB tombou 9,7%.
"O PIB pode confirmar a recuperação mais forte que temos visto na economia", afirma Hasegawa, se referindo a dados de atividade econômica do período que já vêm sendo divulgados.
Para o mercado de câmbio e juros futuros, o destaque de hoje é para o resultado positivo da captação externa do Tesouro Nacional, que atraiu demanda de mais de três vezes a captação efetiva de US$ 2,5 bilhões, segundo Cláudio Matos, chefe de mercado de capitais e renda fixa do Citi, banco que foi um dos coordenadores da oferta. As taxas também foram mais baixas do que as praticadas no mercado hoje.
Os recursos devem ser destinados ao melhorar o perfil da dívida pública, que tanto preocupa o mercado financeiro, ou seja, vão reforçar o caixa de pagamento dos vencimentos concentrados nos quatro primeiros meses de 2021.
Bolsas internacionais
A maioria das principais bolsas asiáticas fechou com altas moderadas, apoiadas no otimismo com o progresso de vacinas contra a covid-19 e conversas sobre a possibilidade de se chegar a um acordo sobre um novo pacote fiscal para a economia dos EUA.
O Nikkei, índice de referência da Bolsa de Tóquio, teve leve alta de 0,03%, e o Kospi, de Seul, avançou 0,76%. Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 0,74%. Na China, o Xangai Composto caiu 0,21%, enquanto o Shenzen Composto ficou praticamente estável ao subir 0,01%.
A distribuição de uma vacina nos EUA pode começar neste mês, se os reguladores derem sua aprovação. As farmacêuticas Pfizer e BioNTech disseram que ganharam permissão para o uso emergencial de sua vacina contra a covid-19 no Reino Unido, que será um dos primeiros países a começar a vacinar sua população contra o vírus.
A vacina é o primeiro imunizante contra o coronavírus do mundo que é apoiada por ciência rigorosa e um grande passo para acabar com a pandemia e ajudar as economias a voltar ao normal.
O otimismo sobre o desenvolvimento de vacinas amenizou as preocupações persistentes com o aumento dos casos de vírus nos EUA, embora as preocupações persistam sobre as consequências econômicas de novas restrições governamentais sobre as empresas destinadas a limitar a propagação.
O desemprego continua alto à medida que o surto de covid-19 aumenta o abismo entre a população média e os americanos mais ricos.
Agenda
Os números do terceiro trimestre do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil são o principal destaque da agenda macroeconômica de hoje e devem mostrar uma forte recuperação da atividade, após uma queda significativa no segundo trimestre do ano. Além do PIB, destaque para a votação na Câmara dos Deputados da Medida Provisória que cria o programa Casa Verde e Amarela.
No exterior, o principal destaque fica com os índices de atividade do setor de serviços dos Estados Unidos, que serão divulgados nesta manhã pela IHS Markit, às 11h45, e pelo ISM, às 12h. Ainda em solo americano, serão conhecidos os pedidos semanais de seguro-desemprego, às 10h30.
Empresas
A Petrobras vai concluir a venda de todas as refinarias incluídas no processo de desinvestimento até o primeiro semestre de 2022, afirmou a diretora executiva de refino e gás natural Anelise Lara, durante a conferência Rio Oil&Gas, ontem.
A PSR, renomada empresa de tecnologia e consultoria para o setor elétrico, passou a ter o BTG Pactual como sócio estratégico. A parceria, anunciada na quarta-feira, envolve a compra do controle da PSR pela holding do BTG por valor não divulgado.
A AES Tietê informou em comunicado que concluiu a compra das sociedades de propósito específico que compõem os Parques Eólicos Brasventos Eolo (antigo Rei dos Ventos 1), Rei dos Ventos 3 e Miassaba 3 (Complexo Eólico Ventus), localizados no Rio Grande do Norte. O valor da aquisição do empreendimento, que tinha a J.Malucelli Energia entre os sócios, foi de R$ 650 milhões, a ser ajustado conforme a variação de capital de giro e dívida líquida do Complexo Eólico Ventus.
Termina na sexta-feira (4) o período de reserva para pequenos investidores comprarem ações da Rede D’Or antes da estreia na bolsa, prevista para 10 de dezembro, com o código “RDOR3”. A companhia opera a maior rede independente de hospitais privados do Brasil. O grupo foi eleito a empresa da década no ranking Valor 1000.
Fonte: Valor Investe