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Sexta 13 sem terror com menor incerteza nos EUA e bolsas a caminho de semana positiva

Sexta, 13 Novembro 2020

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A sexta-feira 13 de 2020 pode não ser de terror nas bolsas globais. Ao menos é isso que indicam os negócios desta manhã, com as bolsas europeias e os índices futuros dos Estados Unidos subindo após os tombos de ontem provocados pela aceleração da segunda onda de covid-19, que tem ganhado força em território americano e levando a novas medidas restritivas de circulação.

"Se esse bom humor desse momento continuar nas próximas horas teremos uma abertura no terreno positivo", diz Carlos Eduardo Pinheiro Corrêa, chefe de produtos da Speed Invest. Ontem, o Ibovespa caiu 2,20%, para 102.507 pontos, e a alta na semana foi reduzida para 1,57%.

Tentando ver o "copo cheio", os investidores globais esperam que o avanço no número de casos de covid-19 e de internações pela doença empurrem as negociações em torno de um pacote de estímulos fiscais para um desfecho mais rápido.

O presidente do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, voltou a alertar que a recuperação econômica parcial vista até agora foi mais rápida que o esperado, mas ainda estava incompleta e que os próximos meses serão desafiadores. Ou seja, uma ajuda extra do governo viria bem a calhar.

No campo político, os receios de judicialização da eleição americana se dissipam a cada dia com o democrata Joe Biden consolidando sua vitória. Biden deve vencer também no estado do Arizona, segundo projeções da Edison Research.

Fica cada vez mais difícil o caminho que o atual presidente Donald Trump quer traçar, que é de anular os resultados da apuração. Embora Trump continue sem dar o menor sinal de que vai levantar de sua cadeira na Casa Branca, até a China já reconheceu a vitória de Joe Biden.

“Respeitamos a eleição do povo americano”, disse. “Felicitamos o senhor Biden e à senhora Kama Harris”, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do país, Wang Wenbin, sem justificar a demora pelo reconhecimento e dizendo apenas que “o resultado será confirmado de acordo com as leis e os procedimentos americanos”.

Contudo, o presidente chinês, Xi Jinping, ainda não fez nenhuma declaração pública a Biden até o momento. A China vinha evitando declarar o seu reconhecimento à eleição de Biden assim como outros poucos países como Rússia, Coreia do Norte e Brasil, que ainda não se pronunciaram.

No Brasil, a preocupação dos investidores continua com o teto de gastos e a política fiscal, especialmente após o ministro da Economia afirmar, com toda a tranquilidade, que pode estender os pagamentos do auxílio emergencial para 2021 caso o país também passe por uma segunda onda.

A declaração preocupa, já que o teto de gastos de 2021 já está em risco e a situação piora com novos programas de benefícios sociais e o quadro da covid-19 também assusta. O Brasil teve o maior registro de mortes desde setembro e uma segunda onda não está descartada.

O mercado deve buscar por novas pistas nesse sentido às 10h30, quando Guedes participa, por videoconferência, do 39º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex).

Bolsas internacionais

A maioria das bolsas asiáticas fechou em queda hoje, mas manteve ganhos consistentes na semana, com exceção dos mercados de ações chineses. A sessão foi permeada pelas preocupações de que as economias serão novamente prejudicadas por restrições a viagens e negócios por causa da pandemia de covid-19.

O Kospi, índice de referência da Bolsa de Seul, subiu 0,74%, e terminou a semana com ganhos de 3,20%. Já o Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 0,53%, mas também terminou a semana com alta de 4,36%. O Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, encerrou o dia com queda leve de 0,05%, mas manteve ganhos de 1,73% na semana.

Na China, porém, novas quedas hoje consolidaram uma semana de leves perdas. Na Bolsa de Xangai, o Xangai Composto caiu 0,86%, e acabou a semana com queda de 0,06%. Na Bolsa de Shenzen, o Shenzen Composto cedeu 0,22% nesta sexta e registrou queda semanal de 0,59%.

Relatos de casos crescente de covid-19 tiveram um efeito moderador sobre os mercados que haviam avançado na esperança de uma vacina e nas expectativas de que as políticas pró-negócios continuarão após as eleições nos EUA da semana passada.

Agenda

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), referente ao mês de setembro, é o destaque da agenda de hoje.

Segundo a mediana de estimativas de 24 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, o indicador subiu 1% ante agosto, feitos os ajustes sazonais. Frente a setembro de 2019, o indicador deve ter recuado 1,3%, aponta a mediana dos analistas.

Nos EUA, o presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, profere discurso às 9h e o presidente do Federal Reserve de Saint Louis, James Bullard, discursa às 10h30.

A Universidade de Michigan expõe, às 12h (de Brasília), o dado prévio do índice de confiança do consumidor dos EUA de novembro. A leitura anterior foi de 81,8 pontos e a expectativa é de 82 pontos.

Empresas

A B3 fechou o terceiro trimestre de 2020 com lucro líquido recorrente de R$ 1,143 bilhão, um incremento de 34,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita total atingiu R$ 2,535 bilhões, um aumento de 48,6% na comparação anual. O Ebitda recorrente foi de R$ 1,666 bilhão, 50,1% maior. A margem Ebitda alcançou 79,2%, ante os 72,5% observados 12 meses atrás.

A Centauro encerrou o terceiro trimestre com prejuízo de R$ 33,2 milhões, revertendo assim o lucro de R$ 38,3 milhões registrado um ano antes. A receita da companhia caiu 8,4%, para R$ 569 milhões, devido aos efeitos da pandemia da covid-19 que afetou sobretudo as lojas físicas. Nessas unidades, a receita caiu 30,7%, enquanto na plataforma digital houve aumento de 105%.

Com receita líquida de R$ 10,4 bilhões no terceiro trimestre, uma forte alta de 31,7% quando comparado ao terceiro trimestre de 2019, a Natura &Co viu seu lucro crescer quase cinco vezes no período.

A operadora de telecomunicações OI, em recuperação judicial, que teve prejuízo líquido atribuível aos controladores de R$ 2,63 bilhões no terceiro trimestre de 2020, uma queda de 54,1% sobre o prejuízo líquido de R$ 5,74 bilhões obtido no mesmo trimestre de 2019.

A Sabesp registrou queda de 65% no lucro líquido do terceiro trimestre, para R$ 421,6 milhões, na comparação anual. A receita também registrou recuo significativo, de 18%, para R$ 4,44 bilhões. Os dois resultados foram afetados, principalmente, pela base de comparação desfavorável com 2019, quando a companhia registrou uma receita não recorrente de R$ 1,26 bilhão pela formalização do acordo com o município de Santo André.

A fabricante de armas Taurus, que teve prejuízo de R$ 26,4 milhões no terceiro trimestre do ano passado, registrou lucro líquido de R$ 102,2 milhões no mesmo período de 2020. A companhia afirma que, além do lucro líquido, registrou no período recordes de produção, vendas, receita operacional, resultado bruto e Ebitda.

A operadora de shoppings centers BR Malls registrou lucro atribuído aos controladores de R$ 7,8 milhões no terceiro trimestre, queda de 97% na comparação anual. A receita da companhia caiu 37% de julho a setembro, para R$ 198,3 milhões, ante mesmo período de 2019.

A SulAmérica reportou no terceiro trimestre um lucro líquido de R$ 1,727 bilhão, o que representa uma elevação de 603,8% em relação ao mesmo período de 2019. No entanto, cerca de R$ 1,4 bilhão desse valor corresponde a uma receita extraordinária relativa à venda das operações auto e massificados para a Allianz.

A Hapvida apurou um lucro líquido de R$ 247,8 milhões, alta de 16,7% no terceiro trimestre. O resultado veio acima das projeções do mercado que esperam um resultado semelhante ao do ano passado.

A incorporadora Cyrela registrou lucro líquido de R$ 1,41 bilhão no terceiro trimestre, o que representa alta de mais de 1.200% em relação ao mesmo período do ano passado.

A CPFL Energia obteve um lucro líquido de R$ 1,35 bilhão entre julho e setembro, cifra que significa uma alta de 80,8% frente ao registrado em igual período de 2019. De acordo com a empresa, o resultado foi impulsionado principalmente pelo desempenho dos negócios de distribuição e de geração renovável de energia.

 

Fonte: Valor Investe