Os fundos de investimentos no Brasil se saíram bem até a primeira metade de 2020, mesmo com o baque nos mercados em março por causa da pandemia de covid-19. Mas, segundo relatório da S&P Dow Jones Indices, se os gestores ativos administraram a crise de forma eficiente, no longo prazo ainda deixam a desejar.
No período de um ano encerrado em junho, três das cinco categorias de portfólios com gestão ativa superaram os referenciais de mercado.
Entre os fundos de ações, uma parcela de 57,65% foi bem-sucedida, enquanto nas carteiras de empresas com maior capitalização de mercado, a fatia que teve melhores resultados foi de 63,16% do universo analisado. Já nas carteiras de crédito privado, 52,59% dos fundos ficaram na linha de cima dos indicadores de referência em 12 meses.
Já em janelas de três, cinco e dez anos, a maioria dos fundos com gestão ativa fica aquém dos seus referenciais, segundo a S&P DJI.
Na classe renda variável no Brasil, em três anos, 71% das carteiras têm desempenho pior do que o benchmark, e em cinco anos essa parcela sobe para 84,2%. Na avaliação de uma década, nenhuma categoria tem taxas de sucesso acima de 20%. Em outros mercados, como Chile e México, a indústria também não bate os referenciais na sua grande maioria.
Mesmo na renda fixa, em que o tempo pesa a favor por causa dos juros altos que vigoraram no Brasil, 85,2% dos fundos com títulos públicos e 88,5% dos portfólios com papéis privados tiveram desempenho abaixo dos referenciais de mercado em dez anos.
Fonte: Valor Investe