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Dia cheio tem forte avanço da pandemia, Selic e balanços de Vale e Petrobras

Quarta, 28 Outubro 2020

Fique de olho

Pelo terceiro dia consecutivo nesta semana, a quarta-feira (28) começa marcada pelo avanço da pandemia do novo coronavírus. Investidores monitoram as informações de que a França considera impor um novo lockdown nacional para conter a segunda onda da covid-19 no país. Reportagens da imprensa sugerem que o país planeja um confinamento de um mês, começando amanhã à meia-noite.

Além disso, a chanceler alemã, Angela Merkel, quer chegar a um acordo em uma reunião com líderes dos Estados nesta quarta-feira para fechar todos os restaurantes e bares a partir de 4 de novembro em uma tentativa de conter as infecções por coronavírus, mas manter as escolas e creches abertas, informou o jornal "Bild"

E nos Estados Unidos, há as incertezas sobre as eleições e o recorde de 70 mil novos casos de covid-19 na média diária.

“Severo. Essa é a única palavra que pode descrever os mercados na manhã desta quarta-feira. O medo dos investidores ataca os preços das ações de maneiras não vistas desde o início da fase ocidental da pandemia em março", disse Connor Campbell, da Spreadex. As expectativas de que uma recuperação econômica viria logo estão desaparecendo.

No Brasil, o dia é forte de balanços de empresas da bolsa, referentes ao terceiro trimestre de 2020. Vale, Petrobras e Bradesco são os destaques de hoje, após o fechamento.

Também é dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a ser divulgada após o fechamento dos negócios. A Selic deve ser mantida em 2%, mas a comunicação do colegiado deve ser observada com lupa pelos agentes financeiros.

E os ruídos políticos voltaram à cena, com ameaça ao avanço das reformas, acrescentando novos fatores de risco ao quadro de fragilidade fiscal e pressões inflacionárias. Ontem, vieram novos sinais de atrito entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e a base do governo.

Na chegada à Câmara, na tarde de ontem, Maia criticou a base do governo por obstruir as votações por conta do impasse na formação da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e disse esperar que as votações das reformas econômicas tenham "mais interesse" por parte do Executivo.

Maia disse ainda que só faz sentido votar o Orçamento depois da PEC Emergencial, com regras para corte de despesas e que, para isso, precisa cancelar o recesso de janeiro. "Do contrário, só votará a PEC Emergencial em fevereiro e o Orçamento em março", comentou.

Bolsas internacionais

As principais bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira. A aversão ao risco foi menor do que é vista nesta manhã na Europa, onde os investidores monitoram as informações de que a França considera impor um novo lockdown nacional para conter a segunda onda da covid-19 no país. No entanto, a cautela também esteve presente.

O Nikkei, índice de referência da Bolsa de Tóquio, caiu 0,29% e o Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, recuou 0,32%. Já o Kospi, da Bolsa de de Seul, terminou o dia em alta de 0,62%.

Na China continental, os sinais de recuperação da economia impulsionaram as ações de empresas de consumo e saúde e os principais índices acionários também encerraram o dia com ganhos. O Xangai Composto subiu 0,46% e o Shenzen Composto avançou 0,68%.

Para o estrategista de ações na região Ásia-Pacífico do Credit Suisse, Dan Fineman, a Ásia os impactos da segunda onda de covid-19 serão limitados na região. “Acredito que a Ásia será resiliente em face de uma segunda onda [da covid-19] em mercados desenvolvidos no Ocidente”, afirmou Fineman em entrevista à rede CNBC.

As bolsas europeias operam em forte queda pelo terceiro dia consecutivo nesta semana, diante da preocupações crescentes com a segunda onda de covid-19 no continente. O mau humor se estende a Nova York, onde os futuros dos principais índices acionários também caem.

Agenda

A agenda desta quarta-feira traz poucos destaques macroeconômicos tanto no Brasil quanto no exterior. Por aqui, o dia tem como principal atrativo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a ser divulgada após o fechamento dos negócios.

No exterior, destaque para a decisão de política monetária do Canadá, às 11h (de Brasília), e para os números de estoques de petróleo dos Estados Unidos, às 11h30 (de Brasília), em um dia marcado pela aversão a risco.

No calendário de balanços, Vale, Petrobras e Bradesco são os destaques de hoje na divulgação dos resultados referentes ao terceiro trimestre de 2020, após o fechamento.

Antes da abertura do mercado, Gerdau e Metalúrgica Gerdau publicam seus números. Após o fechamento, Cesp, EDP Energias do Brasil, Grupo Pão de Açúcar, Multiplan, Odontoprev e Tupy também anunciam seus resultados.

Empresas

A Raia Drogasil registrou lucro de R$ 154,7 milhões no terceiro trimestre de 2020, o que representa queda de 66,3% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita registrou alta de 10,7%, para R$ 5,09 bilhões, ante os R$ 4,6 bilhões do terceiro trimestre de 2019. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia avançou 34,7% no comparativo anual, para R$ 400 milhões.

A Telefônica Brasil, controladora da Vivo, registrou alta de 25% no lucro no terceiro trimestre, para R$ 1,21 bilhão, ante R$ 965,1 registrados em igual período do ano passado. Por outro lado, entre janeiro e setembro foi registrada uma queda de 6,7% no lucro, em relação ao mesmo intervalo de 2019. A receita líquida também caiu 2,3% no terceiro trimestre, para R$ 10,79 bilhões, no comparativo anual. O custo de vendas cresceu 6,7%, para R$ 5,85 bilhões.

O volume de vendas da holandesa Heineken cresceu cerca de 13% no Brasil no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2019. No país, houve avanço principalmente das marcas de cervejas mais caras, como Heineken, o que colocou o Brasil em destaque frente aos outros mercados de atuação da companhia.

 

Fonte: Valor Investe