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Pix tem vantagens para empresas, mas ainda não dispensa maquininha de cartão
Segunda, 26 Outubro 2020O Pix, novo sistema de pagamentos do Banco Central, promete não só facilitar as transferências de dinheiro entre pessoas físicas, mas também os pagamentos em lojas e estabelecimentos. Segundo especialistas, essa nova ferramenta pode trazer agilidade para as empresas e deve ter custos mais baixos que as operações de débito e crédito. No entanto, o Pix ainda não é suficiente para empresários dispensarem suas maquininhas de cartão.
Para os estabelecimentos aceitarem o Pix, eles precisam solicitar uma chave junto ao seu banco. Essa chave é o código que identifica aquela conta, como se fosse os dados da conta bancária. Para receber por meio do sistema, os clientes podem fazer uma transferência direcionada a essa chave da empresa ou o lojista pode gerar, no aplicativo ou site do banco, um QR COde (aqueles códigos que são lidos pela câmera do celular). Assim, o cliente faz a leitura do código pelo smartphone e aí aparece, em seu celular, a transação para ele validar e concluir o pagamento.
Esse QR Code pode ser fixo ou dinâmico. O fixo é emitido somente uma vez e indicado para produtos ou serviços específicos, que não tenham variação de preço. Já o dinâmico é gerado exclusivamente para uma determinada transação.
A geração desses QR Codes também deve ser implementada nas maquininhas de cartão. Cielo e Rede, duas das credenciadoras líderes no Brasil, já se disseram prontas para oferecer a tecnologia assim que o Pix estiver disponível, em novembro. Os custos disso para as empresas, no entanto, ainda não estão claros.
Para os estabelecimentos aceitarem o Pix, eles precisam solicitar uma chave junto ao seu banco. Essa chave é o código que identifica aquela conta, como se fosse os dados da conta bancária. Para receber por meio do sistema, os clientes podem fazer uma transferência direcionada a essa chave da empresa ou o lojista pode gerar, no aplicativo ou site do banco, um QR COde (aqueles códigos que são lidos pela câmera do celular). Assim, o cliente faz a leitura do código pelo smartphone e aí aparece, em seu celular, a transação para ele validar e concluir o pagamento.
Esse QR Code pode ser fixo ou dinâmico. O fixo é emitido somente uma vez e indicado para produtos ou serviços específicos, que não tenham variação de preço. Já o dinâmico é gerado exclusivamente para uma determinada transação.
A geração desses QR Codes também deve ser implementada nas maquininhas de cartão. Cielo e Rede, duas das credenciadoras líderes no Brasil, já se disseram prontas para oferecer a tecnologia assim que o Pix estiver disponível, em novembro. Os custos disso para as empresas, no entanto, ainda não estão claros.
"A gente vai ser capaz de gerar o QR Code na nossa maquininha. E isso traz mais segurança, porque na máquina não há chances daquele código ser clonado ou fraudado. E na maquininha, o lojista não vai ter o trabalho de imprimir, ter que trocar, ficar gerando o código. Ele receberá tanto no débito e crédito como no PIX", afirma Rodrigo Carneiro, diretor da Rede.
Segundo o Banco Central, os bancos nos quais as empresas têm contas devem cobrar uma taxa pelo uso do Pix. Isso depende, porém, do relacionamento de cada cliente com o banco. As credenciadoras também podem cobrar uma taxa pelo uso do serviço em suas maquininhas. Mas, segundo executivos, isso traz segurança, agilidade e uma melhor experiência.
Diferente do que acontece no débito e crédito, onde o lojista paga uma porcentagem de cada transação, no Pix essa tarifa deve ser fixa, o que pode ser vantajoso para a empresa.
Segundo o Banco Central, os bancos nos quais as empresas têm contas devem cobrar uma taxa pelo uso do Pix. Isso depende, porém, do relacionamento de cada cliente com o banco. As credenciadoras também podem cobrar uma taxa pelo uso do serviço em suas maquininhas. Mas, segundo executivos, isso traz segurança, agilidade e uma melhor experiência.
Diferente do que acontece no débito e crédito, onde o lojista paga uma porcentagem de cada transação, no Pix essa tarifa deve ser fixa, o que pode ser vantajoso para a empresa.
"A taxa do débito é menor do que a do crédito porque é uma operação mais simples. Mas espera-se que no Pix isso seja ainda mais barato. Ninguém sabe ainda exatamente quanto será, temos só a referência do que o Banco Central vai cobrar pelo serviço de infraestrutura, que é de R$ 0,01 para cada transações processadas.
A expectativa é que no Pix essa taxa deixe de ser um percentual e passe a ser um valor fixo por transação. Muitos falam de R$ 0,30 a R$ 0,50, mas isso ainda é muito inicial", afirma Boanerges Ramos Freire, presidente da Boanerges & Cia, consultoria especializada em inteligência de pagamentos, crédito e fidelização.
A venda via Pix tende a ser mais barata porque, nesse caso, dispensa o pagamento às bandeiras dos cartões. Essas empresas, no entanto, não "saem de cena" com o Pix. Segundo Gustavo Noman, diretor de relações governamentais da Visa, as bandeiras são as responsáveis por oferecer ao mercado ferramentas antifraude. "Qualquer pagamento está sujeito a golpes e nós temos sistemas que ajudam a identificar quando é uma transação não legítima", afirma.
Porém, mesmo com o custo menor para o lojista, especialistas afirmam que o Pix não será suficiente para que as empresas dispensem as maquininhas de cartão. A primeira razão é porque a adesão a ele ainda pode demorar algum tempo.
"Há um aspecto cultural nisso, o Pix demanda tração, as pessoas precisam começar a ter familiaridade com ele. Quando todo mundo tiver familiarizado, pode haver uma certa substituição do débito pelo QR Code, mas ainda terá a necessidade de aceitar o pagamento em crédito", afirma o advogado Eduardo Bruzzi, especialista no setor regulatório de banco, pagamentos e fintechs do escritório Lima Feigelson Advogados.
O Banco Central, no entanto, garante que está planejando lançar um Pix para compras parceladas no futuro. Segundo Ângelo Duarte, chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, outras funcionalidades serão lançadas no Pix nos próximos anos. A modalidade das compras parceladas por ele, no entanto, ainda não está totalmente desenvolvida.
Para Paulo Roberto Caffarelli, presidente da Cielo, esse pagamento parcelado pode ser "mais uma opção", mas não deve acabar com o crédito. "No Brasil, criamos uns monstrinhos como o parcelado sem juros. Mas, imagina acabar com o crédito parcelado. O consumidor vai migrar para o crediário? Não, ele voltaria para o cheque e isso implica em risco para o lojista", afirma.
O consenso entre os especialistas é de que o Pix deve ter adesão dos lojistas justamente como uma forma a mais de aceitação de pagamentos.
"Ele não é um substituto do que está no mercado hoje, é mais uma alternativa, que tem uma série de vantagens, uma série de aspectos atraentes, mas tem seu período de adaptação, divulgação, compreensão, adoção. Mas deixar de tê-lo é uma besteira, é perder um meio de pagamento que ao longo do tempo deve conquistar uma parcela importante do mercado, muitos consumidores devem adotar", afirma Freire, da Boarnerges Freire.
Fonte: Valor Investe
A expectativa é que no Pix essa taxa deixe de ser um percentual e passe a ser um valor fixo por transação. Muitos falam de R$ 0,30 a R$ 0,50, mas isso ainda é muito inicial", afirma Boanerges Ramos Freire, presidente da Boanerges & Cia, consultoria especializada em inteligência de pagamentos, crédito e fidelização.
A venda via Pix tende a ser mais barata porque, nesse caso, dispensa o pagamento às bandeiras dos cartões. Essas empresas, no entanto, não "saem de cena" com o Pix. Segundo Gustavo Noman, diretor de relações governamentais da Visa, as bandeiras são as responsáveis por oferecer ao mercado ferramentas antifraude. "Qualquer pagamento está sujeito a golpes e nós temos sistemas que ajudam a identificar quando é uma transação não legítima", afirma.
Porém, mesmo com o custo menor para o lojista, especialistas afirmam que o Pix não será suficiente para que as empresas dispensem as maquininhas de cartão. A primeira razão é porque a adesão a ele ainda pode demorar algum tempo.
"Há um aspecto cultural nisso, o Pix demanda tração, as pessoas precisam começar a ter familiaridade com ele. Quando todo mundo tiver familiarizado, pode haver uma certa substituição do débito pelo QR Code, mas ainda terá a necessidade de aceitar o pagamento em crédito", afirma o advogado Eduardo Bruzzi, especialista no setor regulatório de banco, pagamentos e fintechs do escritório Lima Feigelson Advogados.
O Banco Central, no entanto, garante que está planejando lançar um Pix para compras parceladas no futuro. Segundo Ângelo Duarte, chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, outras funcionalidades serão lançadas no Pix nos próximos anos. A modalidade das compras parceladas por ele, no entanto, ainda não está totalmente desenvolvida.
Para Paulo Roberto Caffarelli, presidente da Cielo, esse pagamento parcelado pode ser "mais uma opção", mas não deve acabar com o crédito. "No Brasil, criamos uns monstrinhos como o parcelado sem juros. Mas, imagina acabar com o crédito parcelado. O consumidor vai migrar para o crediário? Não, ele voltaria para o cheque e isso implica em risco para o lojista", afirma.
O consenso entre os especialistas é de que o Pix deve ter adesão dos lojistas justamente como uma forma a mais de aceitação de pagamentos.
"Ele não é um substituto do que está no mercado hoje, é mais uma alternativa, que tem uma série de vantagens, uma série de aspectos atraentes, mas tem seu período de adaptação, divulgação, compreensão, adoção. Mas deixar de tê-lo é uma besteira, é perder um meio de pagamento que ao longo do tempo deve conquistar uma parcela importante do mercado, muitos consumidores devem adotar", afirma Freire, da Boarnerges Freire.
Fonte: Valor Investe