Se já não bastasse o ambiente doméstico conturbado e com riscos elevados à sustentabilidade das contas públicas, uma onda externa de aversão ao risco deu as caras nos últimos dias e deixou o cenário ainda mais desafiador para os ativos brasileiros, em especial na renda fixa, segmento em que a cautela já predominava.
Esse movimento se fez bastante claro no fim da semana passada, quando o tom externo negativo se somou a preocupações com a rolagem da dívida pública e impôs alta forte aos juros futuros.
Os últimos dias, de fato, têm sido desafiadores para os mercados emergentes de forma geral. Dados do Barclays e da EPFR mostram que, após três semanas de aceleração da entrada de capital estrangeiro em mercados emergentes, na semana passada o fluxo em renda fixa e renda variável recuou para aproximadamente US$ 2,7 bilhões. Na semana anterior, o resultado havia sido uma entrada de US$ 3,3 bilhões.
Embora a diferença tenha sido mínima, a equipe de estratégia do Barclays destaca que houve quebra do processo de retomada do fluxo para mercados emergentes — movimento, contudo, considerado natural, ao acompanhar o sentimento de risco global mais azedo.
Fonte: Valor Investe